Durante participação no Gazeta Entrevista nesta segunda-feira (14), o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, comentou sua recente viagem a Brasília, onde se encontrou com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Segundo o prefeito, o encontro foi viabilizado durante o Encontro Nacional de Prefeitos, após uma conversa informal com Alckmin.
O prefeito revelou que tratou com o vice-presidente sobre política ambiental. Bocalom defendeu uma abordagem mais voltada ao desenvolvimento humano da região amazônica, afirmando que as populações que vivem na floresta não podem ser “escravas da preservação”.
“Eu disse isso na Escócia, na COP, e em Portugal também. O ser humano tem que estar em primeiro lugar. Quem mora lá dentro da mata, sem acesso a saúde, transporte, passa dias carregando doente em rede… Isso é justo?”, questionou o prefeito.
Para ele, a Amazônia precisa ser pensada também como uma região de potencial econômico. “Tem petróleo, tem potássio, tem diamante. E por que não podemos explorar, com responsabilidade? Nos Estados Unidos, os indígenas vivem com qualidade, e aqui, muitas vezes, morrem de fome sentados sobre riquezas que não podem usar”, afirmou.
Bocalom também comentou a postura da ministra Marina Silva, afirmando estar otimista com uma possível mudança de perspectiva. “Fico feliz que agora a Marina está começando a falar em desenvolvimento ambiental pensando no ser humano. Porque até então, diziam que o Bocalom estava errado.”
Para o prefeito, é preciso haver um debate honesto sobre o futuro da Amazônia que envolva os interesses das comunidades locais. “A floresta é importante, mas a vida das pessoas que moram nela é mais ainda.”
Segurança como responsabilidade do Estado
Ao comentar sobre os debates promovidos pela Frente Nacional de Prefeitos, Bocalom destacou que a segurança pública foi um dos principais temas do encontro. Ele defendeu que a responsabilidade da segurança deve continuar sob o comando das polícias Civil e Militar, e não das guardas municipais.
“Não adianta querer empurrar a responsabilidade para os municípios. Segurança pública é dever do Estado. O policial prende o criminoso dez vezes e dez vezes ele é solto. Isso desmotiva quem arrisca a própria vida todos os dias”, criticou.