O Acre tem registrado um crescimento significativo nos casos de bronquiolite em crianças, o que motivou a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) a ampliar a capacidade de atendimento pediátrico nas unidades hospitalares. O reforço inclui a adição de 10 novos leitos infantis, totalizando agora 60 leitos de enfermaria no Into-AC, em Rio Branco.
Segundo a médica intensivista pediátrica Elisabeth Souza, que também é gerente-geral do Sistema Assistencial à Saúde da Mulher e da Criança, a bronquiolite é uma infecção viral que atinge principalmente crianças com menos de dois anos, sendo mais grave em bebês com menos de três meses. “Essas infecções são sazonais, esperadas entre os meses de abril e julho, período em que há maior circulação de vírus respiratórios. Este ano, a sazonalidade começou um pouco mais cedo, mas está dentro do padrão previsto”, explicou.
Com a elevação dos casos, além dos leitos de enfermaria, a estrutura de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) também foi reforçada. Dez leitos que antes compunham uma unidade semi-intensiva foram convertidos e agora seguem o mesmo padrão de uma UTI pediátrica. Com isso, o Into-AC conta atualmente com 20 leitos de UTI para o atendimento de crianças.
Ainda de acordo com a médica, existe a possibilidade de uma nova ampliação caso a demanda continue crescendo. “Temos capacidade de chegar a 70 leitos de enfermaria, mas nos últimos anos não foi necessário atingir esse número. A estrutura está preparada, se for preciso”, afirmou.
A especialista também destacou a importância da prevenção, principalmente entre bebês pequenos. “A principal forma de evitar a transmissão é controlar o contato das crianças com adultos e irmãos que vêm da rua ou frequentam ambientes com muitas pessoas. Higienizar as mãos e evitar aglomerações são cuidados fundamentais para proteger os pequenos, que ainda têm o sistema imunológico imaturo.”
A orientação dos profissionais é que os pais fiquem atentos a sintomas respiratórios nos filhos e procurem atendimento médico ao menor sinal de agravamento, especialmente nos primeiros meses de vida. A expectativa da Sesacre é de que os casos comecem a reduzir a partir de junho, com o fim do período de sazonalidade dos vírus respiratórios.
Com informações do repórter Luan Rodrigo, para TV Gazeta.