O número de casos prováveis de dengue em Rio Branco já ultrapassa os 3.500 em 2025, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Até o dia 7 de junho, foram registrados 3.543 casos da doença e um óbito confirmado na capital acreana, que agora integra a lista de 312 municípios brasileiros sob foco das ações emergenciais de combate à dengue, coordenadas pelo governo federal.
De acordo com a coordenadora de Vigilância em Saúde de Rio Branco, Socorro Martins, embora tenha havido uma leve redução em relação ao mesmo período do ano passado, o cenário ainda é considerado grave. “Diminuímos, mas continua alto se compararmos ao ano passado. Então, ainda é preocupante, nós ainda estamos em estado de alerta por conta dos casos de dengue”, afirma.
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e seus sintomas incluem febre alta, dores no corpo, atrás dos olhos, manchas vermelhas na pele, náuseas e, em casos mais graves, complicações que podem levar à morte. Em Rio Branco, além do óbito confirmado, outros dois estão sendo investigados como suspeitos de terem sido causados pela forma grave da doença.
Para conter o avanço dos casos, a prefeitura intensificou as ações de combate com o reforço da equipe de agentes de endemias. Segundo a coordenadora, novos profissionais foram chamados por concurso público e também contratados em caráter emergencial. “Eles estão fazendo o papel deles, indo de casa em casa, orientando, mas a população precisa seguir as orientações, precisa tirar todos os vasos que possam acumular água, fechar bem a caixa d’água, e assim evitar que esses casos se propaguem”, explica Martins.
A coordenadora também destacou que a maioria dos focos do mosquito está dentro das residências. “Verificamos nas pesquisas que fizemos que 90% dos criadouros estão dentro do domicílio: na caixa d’água, no pratinho de planta, numa tampinha de iogurte ou de garrafa, nas calhas, em restos de vasos. Qualquer coisa que acumule água é um potencial criadouro”, alerta.
Outro ponto importante na estratégia de enfrentamento é a vacinação. A campanha tem como foco os adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária mais atingida em 2025, inclusive com um óbito já registrado. “Eles têm desenvolvido dengue grave, temos muitos casos de jovens e adolescentes internados. O Ministério da Saúde liberou a vacina para essa faixa etária. Então, todo jovem deve ser vacinado. Quem já tomou a primeira dose precisa retornar para a segunda, e os pais devem levar seus filhos, porque eles sozinhos não vão”, reforçou a diretora.
A orientação da Vigilância em Saúde é clara: em tempos de alta transmissão, a prevenção é a principal arma contra a doença. A colaboração da população é essencial para eliminar os focos do mosquito e reduzir os riscos de novos casos e mortes. “A prefeitura está fazendo a parte dela. Mas depende muito da população, cada um fazendo a sua”, conclui Socorro Martins.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Marilson Maia, para TV Gazeta.



