Rio Branco registrou o 7º feminicídio do ano no Estado, na noite desta terça-feira (26). O crime aconteceu na Travessa Chicão, no bairro Belo Jardim I, quase no encerramento do chamado Agosto Lilás, campanha de enfrentamento à violência contra a mulher.
A vítima, Ivanilde, de 44 anos, foi assassinada de forma brutal dentro da própria residência. O principal suspeito é o companheiro, identificado como Gerberson do Nascimento Soares, de 26 anos, que, após o crime, teria confessado a familiares o assassinato e fugido do local.
De acordo com informações preliminares, vizinhos e parentes relataram que o relacionamento do casal era marcado por episódios de violência, em que a vítima já havia sofrido ameaças anteriores. Na noite desta terça-feira, após retornar do hospital onde esteve internado, o suspeito teria agredido Ivanilde até a morte.
Equipes do 2º Batalhão da Polícia Militar, do Instituto Médico Legal (IML) e da Polícia Civil estiveram no local para os primeiros procedimentos. O corpo foi removido por volta das 23h. A investigação será conduzida pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
Mesmo que o Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponte queda de 20,4% nos casos de feminicídio no Acre entre 2023 e 2024 , passando de 10 para 8 registros, a violência segue alarmante. A taxa por 100 mil mulheres caiu de 2,3 para 1,8, e a proporção de feminicídios em relação ao total de homicídios de mulheres recuou de 66,7% para 61,5%. Ainda assim, os números de 2025 já se aproximam do total do ano passado, o que reforça a gravidade da situação.
O caso evidencia a persistência da violência de gênero em Rio Branco e no Acre. Apenas em 2025, sete mulheres já foram mortas por companheiros ou ex-companheiros no estado, reforçando a urgência de políticas públicas mais efetivas de prevenção, acolhimento e proteção às vítimas.
Em meio ao Agosto Lilás, mês de conscientização e combate à violência contra a mulher, o caso de Ivanilde se soma a uma estatística dolorosa e alerta para a necessidade de a sociedade e o poder público fortalecerem mecanismos de denúncia, proteção e combate ao feminicídio.
Canais de Ajuda
A denúncia e o rompimento do ciclo de violência são passos desafiadores, mas necessários, que demandam suporte de familiares, amigos e instituições especializadas. O acolhimento da vítima é essencial para romper o ciclo de violência e desvincular-se do agressor.
As vítimas podem procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pelo telefone (68) 3221-4799 ou a delegacia mais próxima.
Também podem entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque 180, ou com a Polícia Militar do Acre (PM-AC), pelo 190.
Outras opções incluem o Centro de Atendimento à Vítima (CAV), no telefone (68) 99993-4701, a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), pelo número (68) 99605-0657, e a Casa Rosa Mulher, no (68) 3221-0826.
Com informações da repórter Rose Lima para TV Gazeta e editada pelo site Agazeta.net



