Agentes e candidatos aprovados no último concurso do sistema penitenciário do Acre realizaram uma manifestação em frente ao Palácio Rio Branco nesta terça-feira (16). O ato reuniu representantes da categoria e sindicatos que reivindicam a convocação de novos servidores e melhores condições de trabalho para os policiais penais.
De acordo com os manifestantes, o déficit atual ultrapassa 600 servidores, o que tem comprometido o funcionamento das unidades prisionais no estado. Mesmo após a contratação de 183 profissionais, a categoria afirma que o número é insuficiente para suprir a demanda.
Janes Peteca, policial penal e integrante da Federação dos Servidores Públicos do Estado, destacou que a situação é crítica e se arrasta há anos.
“Em 2012, quando surgiram as facções, nós denunciamos e nada foi feito. Em 2016 houve a maior rebelião, com cinco mortos, e mais uma vez não houve resposta. Agora estamos em um momento crítico: só este ano, cinco colegas se suicidaram. Isso é um absurdo. Nós não somos inimigos do governo, queremos contribuir com soluções”, disse.
Segundo ele, há presídios no interior que contam com apenas um policial penal para todo o plantão, o que coloca em risco tanto os trabalhadores quanto os detentos. Ele também criticou as escalas de trabalho atuais.
“Hoje trabalhei das 7h às 19h. Amanhã, às 7h, já tenho que estar de volta para mais 12 horas de serviço. Isso é desumano, estão matando os trabalhadores”, afirmou.
Outro ponto levantado pelos manifestantes foi a situação dos candidatos que concluíram o curso de formação, mas ainda não foram convocados. De acordo com Peteca, 308 pessoas finalizaram a preparação, mas apenas 180 foram chamadas.
“Muitos deixaram seus empregos, mudaram de cidade, abriram mão da estabilidade que tinham para sonhar com o sistema penitenciário. Hoje estão desempregados, alguns passando necessidade. Temos casos de pessoas que deixaram até filhos com deficiência para buscar essa oportunidade e seguem esperando”, relatou.
Os organizadores informaram que um documento com as reivindicações será protocolado junto ao governo do Estado e que ainda nesta terça-feira (16), às 17h, a categoria pretende se reunir com o ministro do Trabalho para expor a situação.
Com informações da repórter Débora Ribeiro para TV Gazeta e editada pelo site Agazeta.net



