Dois motoristas de aplicativo foram rendidos nesse final de semana na capital. As ocorrências revelam uma realidade de insegurança constante entre esses trabalhadores. Antes mesmo de aceitar a corrida, muitos deles já sentem o medo, a dúvida de sempre é se o passageiro é ou não um criminoso.
O motorista de aplicativo Francisco Silva relata que chegou a passar por situações que precisou da ajuda de colegas. Apesar de serem apenas sustos, segundo ele, em grupos de motoristas, relatos de sequestros relâmpagos não são novidade. Houve casos em que inclusive, colegas, juntamente com forças de segurança, partiram em resgates.
“Nós estamos saindo para trabalhar e a gente não sabe se volta. Nossas famílias esperam que quando a gente sai para trabalhar a gente volte, mas infelizmente hoje a gente não tem essa garantia”, é o que relata o motorista de aplicativo, Francisco Silva.
A Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sejusp), está ciente e não nega que essas pessoas estão em perigo constante. A classe não tem sindicato ou algum tipo de associação, se comunicam apenas pelas redes sociais, trocando informações sobre as ocorrências.
De acordo com o Coronel Atahualpa Ribera, diretor operacional Sejusp, um aplicativo está sendo desenvolvido justamente para amenizar essa situação. O problema é a questão logística, uma vez que quem está dentro de um carro sofrendo ameaças, dificilmente vai poder usar o aplicativo.
“Ele está em fase de teste para ser utilizado junto a motoristas de aplicativo, junto a taxistas. Uma das grandes dificuldades que nós temos é que na hora de uma crise, na hora que o motorista é abordado, ele fica impossibilitado de fazer essa movimentação com o próprio telefone”, explicou o diretor operacional.
Ainda de acordo com o Coronel, em breve um aplicativo mais moderno será lançado para os motoristas: “se o aplicativo estiver aberto, apertar um único botão, a gente já vai saber exatamente onde a pessoa está e que ela está passando por algum tipo de problema”, disse.
Mas a violência não está presente apenas dentro do carro, ou entre os motoristas de aplicativo. Uma operação policial no Rio de Janeiro contra uma organização criminosa teve como consequência mais de 130 mortes.
“Vocês acham mesmo que Rio Branco está distante disso? Eu acredito que o poder público tem que entrar com bastante firmeza contra a criminalidade, para passar segurança não só para os motoristas de aplicativo, mas para os seus familiares, para a sociedade em si, porque o que estamos vendo hoje é que os motoristas de aplicativo não têm garantia alguma para sair de casa para trabalhar”, diz o motorista de aplicativo, Francisco Silva, sobre o caso.
De acordo com o diretor operacional da Sejusp, não há indício de que esse caso tenha efeito na criminalidade do Estado.
“Nós não enxergamos no primeiro momento nenhum tipo de conexão, sabemos que esse grupo criminoso tem atuação em vários estados brasileiros, aqui não é muito diferente, mas nós temos operações como a Operação Cerco, que continua a estar 100% ativa e ela leva as forças de segurança, a maior parte das forças, para onde nós temos necessidade dentro do Estado”, disse.
Com informações do repórter João Cardoso, para TV Gazeta



