O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), comentou sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que marcou para o dia 19 de novembro o seu julgamento no âmbito da Operação Ptolomeu. O caso, que tramita na Corte Especial, investiga fraudes em licitação, peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva e ativa.
Ao ser questionado sobre o assunto, Cameli disse estar tranquilo e confiante na Justiça, afirmando que este será o momento de apresentar sua defesa e provar sua inocência.
“Sim, é aquilo que eu disse. Graças a Deus. Eu falo isso com muita tranquilidade. Que marcaram essa data para acabar, de uma vez por todas, com essa instabilidade que querem criar. […] Estou tranquilo, confio na Justiça e vai ser mais uma oportunidade para eu apresentar a minha defesa”, declarou o governador.
O julgamento é considerado um dos mais aguardados da história política recente do Acre. Caso seja condenado, Cameli pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, ficando inelegível nas eleições de 2026.
A denúncia, feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta o governador como chefe de uma organização criminosa responsável por desviar mais de R$ 800 milhões dos cofres públicos. Segundo a acusação, parte do dinheiro teria sido utilizada para pagar imóveis e veículos de luxo em nome de pessoas próximas a ele.
Operação Ptolomeu
Deflagrada em dezembro de 2021, a Operação Ptolomeu foi conduzida pela Polícia Federal após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar movimentações atípicas nas contas do governador e de seus familiares.
A investigação apontou que o governo do Acre teria firmado contratos fraudulentos com a empresa Murano Construções, sediada em Brasília, que, por sua vez, subcontratava a empresa Rio Negro, pertencente a Gledson Cameli, irmão do governador.
De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), o esquema teria resultado em sobrepreço e superfaturamento superior a R$ 10 milhões, além de desvio direto de verbas públicas.
O caso é considerado um dos maiores escândalos de corrupção da história política acreana, e já conta com 13 réus, entre empresários, servidores e familiares do governador.
A sessão da Corte Especial do STJ está prevista para começar às 14h (horário de Brasília), e será conduzida pela ministra relatora Nancy Andrighi.
O resultado do julgamento pode redefinir o cenário político do Acre, já que, mesmo com as investigações em curso, Cameli segue liderando as pesquisas de intenção de voto para o Senado em 2026.
Apesar da gravidade das acusações, o governador reforçou que não teme o julgamento e confia na Justiça.
“O futuro a Deus pertence, e com certeza vai prevalecer e confirmar o que eu estou dizendo”, completou.



