Em meio aos preparativos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), uma caravana partiu do Acre rumo a Belém (PA). Representantes de mais de 13 povos indígenas e sete municípios compõem a maior delegação indígena do estado já presente em uma conferência do clima.
A comitiva acreana leva consigo não apenas reivindicações, mas também saberes ancestrais e práticas sustentáveis que há séculos orientam o cuidado com a floresta.
“Diretamente de seus territórios, caciques, pajés, jovens, mulheres e lideranças se preparam para levar a força e a sabedoria dos povos da floresta até Belém. Essa será a maior delegação indígena do Acre já presente em uma COP”, destacou uma das lideranças do movimento em publicação. O grupo se junta a outras delegações do Acre e de todo o Brasil para somar vozes na defesa da Amazônia, da demarcação de terras e da justiça climática.

A presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que acompanhou a partida de parte da delegação no aeroporto, também celebrou o momento.
“Tive alegria de encontrar os Puyanawa, Manchineri, Noki koi Huni Kui, Nawa, Nukini, Huni Kui, Shanenawa, Ashaninka Shanenawa, Jaminawa, Shawadawa, que vão representar o Acre na COP30. Há muita alegria e vontade de contribuir com a sabedoria, valores e boas práticas dos povos da floresta. Esse encontro já sinaliza que os povos indígenas não apenas têm interesse nas discussões, mas têm propostas concretas para o enfrentamento da crise climática”, afirmou em publicação.
Entre os participantes, está o cacique Ninawa Huni Kui, que destacou o significado dessa mobilização coletiva:
“Estamos chegando em Belém com uma delegação de cerca de 100 pessoas, representantes escolhidos em oficinas regionais, a maioria jovens que participam pela primeira vez de uma COP. Essa é uma experiência incrível, porque vamos participar de espaços pré-COP, eventos paralelos e também nas áreas oficiais da conferência. Pelo clima, pela Amazônia a resposta somos nós.”

O Instituto INU, uma das organizações envolvidas na mobilização, reforçou em publicação a importância simbólica e política da presença indígena na conferência:
“Somos guardiões dos nossos territórios e das florestas. Nossa presença nesse evento representa a luta pelo reconhecimento de nossos direitos e saberes ancestrais, mostrando que não há futuro climático justo sem o protagonismo dos povos indígenas.”
A participação dos povos da floresta na COP30 marca um momento histórico para o Acre e para a Amazônia. De diferentes territórios, vozes indígenas se unem para mostrar que as soluções para a crise climática passam, necessariamente, pela escuta e valorização dos povos que há séculos preservam a floresta em pé.



