A corrida eleitoral para 2026 já começou dentro da Câmara Municipal de Rio Branco. Metade dos vereadores está em plena articulação para disputar vagas na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), enquanto outros avaliam voos mais altos e cogitam entrar na disputa para a Câmara Federal. O clima de pré-campanha, ainda informal, já domina conversas de bastidores e movimenta cálculos internos sobre partidos, chapas e viabilidade eleitoral.
Parte dos vereadores, no entanto, não pretende entrar na disputa. Alguns firmaram acordos políticos nas eleições municipais e devem retribuir apoio trabalhando pelas campanhas dos deputados estaduais que os ajudaram a chegar ao parlamento mirim. Mesmo assim, nos corredores da política, todos admitem: promessas podem ruir no caminho.
O vereador Raimundo Neném (PL) confirmou que está avaliando a possibilidade de disputar uma vaga na Aleac. Para ele, após três mandatos, é natural buscar um novo passo.
“Estamos aqui há praticamente dez anos. A gente acha que está na hora de dar um salto maior. Trabalhamos pela população e estamos sonhando na pré-candidatura a deputado estadual. O tempo vai dizer se vamos ser candidatos ou não”, afirmou.
Além das articulações individuais, pesa nessa movimentação o cenário financeiro das eleições. Os parlamentares estão de olho no Fundo Eleitoral, que injeta milhões nas campanhas e pode fortalecer candidaturas competitivas. Dentro da Câmara, vereadores admitem que o trabalho legislativo, como apresentação de projetos, requerimentos e debates, costuma ter pouco peso na urna. Mas reconhecem que o mandato oferece algo decisivo: estrutura.
Com veículos, combustível e assessores, parlamentares ampliam presença nos bairros e fortalecem vínculos com lideranças comunitárias durante os quatro anos de mandato, o que pode representar vantagem em disputas maiores.
O vereador Zé Lopes (Republicanos) defende que a população observe o desempenho dos parlamentares antes de decidir quem merece um novo passo político.
“A Câmara tem levantado debates importantes desde o início do ano: água, transporte coletivo, pautas das mulheres. Não vemos essas discussões ocorrendo com força na Assembleia Legislativa. Sei que alguns vereadores querem disputar ano que vem para levar esses debates para o estado inteiro”, destacou.
Historicamente, a Câmara de Rio Branco reelege poucos vereadores. Ainda assim, nas eleições estaduais mais recentes, três parlamentares municipais conquistaram cadeiras na Aleac, um indicador de que o parlamento mirim se tornou um trampolim eleitoral importante.
Nos bastidores, a movimentação segue intensa. Entre cálculos de legenda, análise de concorrência e acordos que podem ou não se manter, o cenário para 2026 já começou a tomar forma dentro da Casa Legislativa.
Com informações de Adailson Oliveira, para a TV Gazeta



