A coqueluche voltou a circular no Acre depois de anos sem registros da doença. Em 2025, das 18 notificações, nove casos já foram confirmados, reacendendo o alerta das autoridades de saúde sobre a importância da vacinação. O último óbito pela doença no estado havia sido registrado em 2014, e não havia ocorrências desde 2019.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), o principal fator para a reintrodução da doença é a queda na cobertura vacinal. Enquanto a meta definida pelo Ministério da Saúde é de 95%, o Acre imunizou, neste ano, apenas 75% do público-alvo.
Os casos confirmados foram registrados em Rio Branco, Xapuri, Porto Acre e Senador Guiomard. A doença é causada por uma bactéria e tem como principal característica a tosse seca persistente.
Esquema vacinal e grupos mais vulneráveis
A vacina contra a coqueluche é ofertada gratuitamente nas unidades de saúde e é a principal forma de prevenção. Pelo calendário nacional, o esquema básico ocorre aos 2, 4 e 6 meses de vida, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos.
A secretária-adjunta de Saúde, Ana Cristina, destaca que a falha no cumprimento do calendário mantém parte da população vulnerável:
“Nós ainda temos pessoas que estão propícias à contaminação pela falta de imunização. Esse ciclo vacinal deve ser feito na infância, no primeiro ano de vida, e o reforço com quatro anos de idade. A mulher gestante, com 20 semanas, faz uma dose pra começar a proteção do feto.”
Risco aumenta com deslocamentos e férias
Além da baixa cobertura, a Sesacre também monitora o impacto do período de férias. A secretaria teme a importação de casos em razão do fluxo de estudantes acreanos que estudam fora do país, sobretudo na Bolívia, onde há registro de aumento da contaminação.
“O Ministério da Saúde fez um alerta nacional para que todos os estados reforcem o vacinal. Procure uma unidade de saúde se teve algum sintoma, para que não deixe agravar, e confira a carteira vacinal.”
A orientação é que a população procure as unidades ao apresentar sintomas respiratórios e mantenha a caderneta de vacinação em dia.
Com informações de Adailson Oliveira, para a TV Gazeta



