O Acre acompanha um crescimento acelerado de sua frota de veículos e o reflexo é percebido diretamente no trânsito. Nas ruas, a presença das motocicletas já domina o cenário urbano. Dados atualizados apontam que o estado possui 382.485 veículos registrados, sendo 206.560 compostos por motocicletas, motonetas, motociclos e triciclos, mais da metade de toda a frota.
Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os estados mais pobres são justamente os que registram as maiores taxas de acidentes envolvendo motos, uma tendência que se repete no Acre. Nos últimos 25 anos, os sinistros com motociclistas cresceram de forma expressiva em todo o país, elevando também os custos públicos com internações e reabilitação.
Somente no Acre, no ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou mais de R$ 1 milhão com atendimento a vítimas de acidentes motociclísticos. Os ferimentos graves, aliados ao alto número de ocorrências, pressionam o sistema hospitalar.
No Pronto-Socorro de Rio Branco, o cenário acompanha essa realidade. O diretor de assistência da unidade, Matheus Araújo, explica que a maior parte dos atendimentos de trânsito envolve motociclistas:
“Em média, 75% das vítimas de acidentes que chegam ao PS tiveram algum envolvimento com moto. E, pela gravidade, mais da metade precisa passar por procedimentos cirúrgicos.”
Segundo Araújo, os ferimentos mais frequentes são traumas torácicos e lesões em membros, regiões mais expostas no momento do impacto.
“Os pacientes vítimas de trauma apresentam, com maior ocorrência, trauma torácico e em membros, que são áreas vulneráveis nesse tipo de incidente. Esses pacientes precisam acessar serviços especializados e, muitas vezes, cirurgias realizadas aqui no Hospital de Urgência e Emergência”, afirma.
Com a demanda crescente, o hospital precisou reforçar sua estrutura interna para atender o fluxo de vítimas.
“O hospital, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde, ampliou a estrutura física e o corpo profissional para atender toda essa demanda. Também contamos com o serviço de ortopedia com tempo de resposta muito eficiente, garantindo um atendimento mais ágil para a população”, explica o diretor.
Com informações da repórter Débora Ribeiro para TV Gazeta e editada pelo site Agazeta.net



