Teve início nesta terça-feira (9), no município de Capixaba, interior do Acre, o júri popular de Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, acusado de assassinar a esposa Auriscléia Lima do Nascimento, de 25 anos, a golpes de facão. Ele também responde por lesão corporal contra o filho da vítima, um adolescente de 14 anos.
O julgamento ocorre no Tribunal do Júri da Vara Criminal de Capixaba e pode ser concluído ainda nesta terça ou se estender até a quarta-feira (10), a depender do andamento dos debates entre acusação e defesa.
O crime ocorreu em junho deste ano, na Comunidade Campo Alegre, zona rural de Capixaba. Segundo as investigações, Natalino foi até a residência da companheira e, durante uma discussão, atacou Auriscléia com golpes de facão, causando a morte imediata da vítima.
Durante o ataque, o filho do casal e um cunhado tentaram intervir e também foram feridos. Inicialmente, o Ministério Público denunciou o acusado por tentativa de homicídio contra os dois, mas, após análise judicial, a acusação referente ao adolescente foi reclassificada para lesão corporal.
Histórico de violência e prisão
Após o crime, Natalino fugiu e permaneceu foragido por quatro dias, sendo localizado e preso no dia 14 de junho dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes. No dia seguinte, a Justiça decretou prisão preventiva, considerando a reincidência criminosa do acusado.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), Natalino possui condenações anteriores que somam mais de 35 anos de prisão, incluindo o assassinato de outra mulher em Senador Guiomard e de um homem no bairro Palheiral, em Rio Branco. Após obter progressão de regime, ele descumpriu medidas cautelares.
Denúncia e julgamento
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) denunciou o réu por feminicídio qualificado, com agravantes da Lei Maria da Penha, além das lesões provocadas durante o ataque. A audiência de instrução ocorreu em 25 de agosto, quando testemunhas foram ouvidas e provas analisadas, levando o juiz a decidir pela realização do júri popular.
Natalino é representado pela Defensoria Pública do Estado do Acre, que não se manifesta sobre processos em andamento.
O caso ganhou forte repercussão no estado devido à brutalidade do crime e ao histórico criminal do acusado, atraindo grande público ao Fórum de Capixaba no primeiro dia de julgamento.
Com informações de Luan Rodrigo, para a TV Gazeta.



