Conselheiros do 3º Conselho Tutelar de Rio Branco, localizado no bairro Quinze, denunciaram nesta semana a falta de condições mínimas de trabalho na unidade. O prédio, que já havia sido apontado como insalubre por causa de uma infestação de pombos, voltou a apresentar problemas graves após as chuvas dos últimos dias, com alagamentos, infiltrações, goteiras e risco de contaminação.
A reportagem encontrou na entrada do prédio uma placa informando que os atendimentos presenciais estão suspensos por “reforma no telhado”, mas conselheiros explicam que a situação é muito mais grave.
O conselheiro Rafael relatou à equipe a sequência de problemas que se arrasta desde maio:
“No início de maio, o prédio foi fechado porque a Vigilância declarou o local insalubre pela quantidade de pombos. Fizeram uma reforma paliativa, mas agora estamos de novo com goteiras, infiltração e cinco salas comprometidas. Na semana passada, com a chuva forte, alagou a sala do conselheiro Paulo Roberto, molhando muitos documentos.”
Segundo ele, além de salas tomadas por água da chuva, há risco sanitário:
“No ADM, onde ficam processos, a lama preta tinha um cheiro insuportável. A gente acredita que é fezes de pombo. O prédio continua insalubre.”
O conselheiro conta ainda que havia promessa de mudança da unidade:
“A assessora dos conselhos disse que sairíamos do prédio em agosto, mas saiu no Diário Oficial que a Prefeitura tem mais 180 dias para conseguir outro local. Isso prejudica não só os conselheiros, mas toda a comunidade.”
Unidade já havia ficado ilhada após forte chuva
Na última segunda-feira (8), o prédio ficou ilhado após o volume de água atingir diversas dependências, entre elas recepção, área administrativa, copa e salas de conselheiros.

A Coordenadoria de Vigilância e Saúde do Departamento de Controle de Zoonoses já havia emitido relatório classificando o prédio como insalubre, indicando risco de criptococose, doença causada por fungos presentes nas fezes de pombos.
O documento destacou que o local é antigo, com estrutura comprometida e sujeita a contaminação.
Riscos à população

Rafael alerta que a situação atinge também quem procura atendimento:
“Não é só um risco para nós. Imagine um telhado cair na cabeça de alguém ou uma pessoa pegar uma doença dessas. Temos um surto de dengue e o local atrás está muito sujo.”
O Conselho Tutelar é um órgão essencial para a proteção de crianças e adolescentes, funcionando 24 horas, inclusive fins de semana e feriados. Com a estrutura comprometida, parte dos serviços teve que ser reorganizada para evitar interrupções.
Com informações de Luan Rodrigo para a TV Gazeta.



