O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, decretou situação de emergência na capital acreana em razão da cheia do Rio Acre, que ultrapassou a cota de transbordo e já provoca impactos diretos em diversos bairros da cidade. O decreto foi assinado nesta segunda-feira (29), após o nível do rio atingir 15,37 metros ao meio-dia.
Segundo dados da Defesa Civil Municipal, ao menos 135 famílias foram afetadas pela elevação do rio, totalizando 364 pessoas entre desalojadas e desabrigadas. Parte dessas famílias foi encaminhada para abrigos públicos, enquanto outras buscaram acolhimento em casas de parentes e amigos.
Decreto amplia resposta do município
De acordo com a Prefeitura, a decretação da emergência permite maior agilidade na liberação de recursos, especialmente para ações de assistência humanitária, saúde e recuperação de áreas atingidas. A medida também estende por mais um ano o decreto anterior, publicado em março de 2025.
“O decreto de emergência é uma ferramenta técnica que nos permite agir com a rapidez que o momento exige, garantindo que o mantimento e a ajuda cheguem onde precisam chegar”, afirmou o prefeito Tião Bocalom durante coletiva.
O gestor destacou ainda que esta é a sexta alagação enfrentada pela atual administração, sendo a segunda somente em 2025, o que exige resposta contínua do poder público.
A estrutura de atendimento às famílias atingidas está concentrada no Parque de Exposições Wildy Viana, que funciona como abrigo oficial, além de escolas municipais preparadas para apoiar a logística de remoção. As equipes atuam no transporte de móveis, distribuição de alimentos e atendimento em saúde.
Apesar do cenário crítico, o prefeito ressaltou que não há registro de óbitos relacionados à cheia até o momento, mas fez um alerta à população para evitar riscos, principalmente em áreas de igarapés e no próprio Rio Acre.
Chuvas acima da média e riscos estruturais
O coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que a nova decretação era necessária, mesmo com um decreto anterior ainda em vigor, devido à mudança do cenário e à necessidade de um novo plano de ação.
Segundo ele, o volume de chuvas acumulado já ultrapassa 548 milímetros, mais que o dobro do esperado para o período. Além do desabrigamento de famílias, a situação também afeta a estrutura da cidade, com registros de desmoronamentos, crateras e rompimento de vias.
“Essa decretação é necessária para iniciar um novo plano de trabalho, envolvendo ações de abrigamento e, posteriormente, de recuperação e restabelecimento”, explicou Falcão.
Monitoramento continua
A Defesa Civil segue monitorando o nível do Rio Acre, que permanece em elevação, e reforça o alerta para que moradores de áreas de risco sigam as orientações das equipes e acionem os órgãos oficiais em caso de necessidade.
Informações: Portal Acre.



