Policias Federais de todo o país paralisaram as atividades por 24 horas nesta quinta-feira, 31, em protesto contra a falta de diálogo do governo federal para com a categoria, que pede a reestruturação do órgão, com a implementação de um plano de carreira para os agentes federais, a regulamentação da profissão e a exigência de nível superior.
Em Rio Branco, os agentes federais se concentraram em frente à sede da Superintendência Regional da Polícia Federal. Nas delegacias do interior do estado os policiais também cruzaram os braços, e mantiveram apenas o funcionamento dos serviços essenciais do órgão.
Um dos fatores que mais desperta insatisfação nos agentes é a situação, segundo eles, privilegiada, que os delegados e peritos tem ao ingressarem na Polícia Federal. Os agentes se sentem discriminados.
“ Todos os agentes que são 90% dos policiais entra na base e só vão até a metade da carreira. Enquanto os cargos de delegado e perito já entra na metade e vão até o topo”, explica Franklin Albuquerque, presidente do sindicato dos policiais federais do Acre.
Nesta quinta-feira os sindicatos dos policiais federais de todo o país também discutiram um indicativo de greve da categoria. Caso as negociações com o governo não sejam retomadas, os sindicatos poderão convocar uma greve por tempo indeterminado no próximo mês.
Essa crise interna também teria um componente político, segundo o sindicato da categoria. O suposto descaso do governo para com os agentes seria uma retaliação por conta das operações de corrupção desencadeadas em todo o país, que afetam diretamente agentes públicos em vários níveis do poder.
“ Os agentes não concordam com isso porque a Polícia Federal tem que estar a serviço da sociedade e não a serviço de políticos ou do governo”, finaliza Franklin Albuquerque.