Nesta terça-feira, 19, os deputados levaram à tribuna da Assembleia a denúncia de pacientes do Hospital das Clínicas, de que marmitas contaminadas com larvas de vermes foram servidas no setor de nefrologia do hospital para os pacientes que fazem hemodiálise.
A denúncia foi publicada na última sexta-feira. Nesta segunda- feira, 18, a secretária estadual de Saúde, Suely Melo, e diretores do hospital se explicaram sobre o assunto, alegando que a contaminação pode ter sido fruto de uma sabotagem.
Nesta terça, o líder da oposição na Assembleia, deputado Wherles Rocha(PSDB), apresentou à mesa diretora um requerimento, convidando a secretária de Saúde e os diretores do hospital a virem à casa prestar esclarecimentos sobre o caso.
“Não estou condenando nem acusando ninguém, assim como fez a imprensa, mas como cidadão acreano eu acho que a população do nosso estado merece o devido esclarecimento” disse o deputado.
Na Aleac, o assunto já virou bandeira política na disputa entre situação de oposição. Quanto a encontrar os responsáveis pelo que aconteceu no hospital, a secretaria estadual de saúde abriu uma sindicância para apurar o ocorrido, e a Polícia Civil também abriu inquérito para investigar os fatos.
O durante a entrevista coletiva desta segunda, o secretário de comunicação do governo, Leonildo Rosas, acusou os jornalistas que publicaram as denúncias de serem os sabotadores por traz da suposta armação. Nesta terça o líder do governo na Assembléia, deputado Astério Moreira(PEN), tentou amenizar o desgaste provocado pelo secretário junto a imprensa.
“Não culpo a imprensa, me disse o governador na sala dele ontem. Alguém pode ter sabotado sim, é uma possibilidade que a própria oposição admite, então alguém pode ter sabotado e chamado a imprensa, que foi induzia ao erro. Então não há por parte do governador do estado acusação nenhuma contra jornalista nenhum ”, declarou Astério Moreira.
Outro deputado que reprovou a atitude do secretário Leonildo Rosas foi o vice-presidente da casa, Moisés Diniz(PCdoB), que sugeriu mais diálogo e menos censura à liberdade de expressão. “ Quero dar essa opinião em defesa da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa, venha da forma que vier, ela tem que ser respeitada”, afirmou Moisés Diniz.
O deputado Luis Tchê(PDT), que também usou a tribuna para falar do assunto, foi mais duro ao repreender o secretário, e chamou Leonildo Rosas de fofoqueiro.
“ O Leonildo Rosas tem que parar de fazer fofocas e cuidar de ser secretário. Ele está fazendo muita fofoca para o governador e deixando de ser secretário, então que ele cuide da pasta dele”, disparou Tchê.
Nesta segunda- feira a jornalista Lenilda Cavalcante, que entre outros repórteres foi alvo das críticas do secretário Leonildo Rosas, sofreu um ataque vascular cerebral, quando prestava depoimento a Polícia sobre o caso. Ela permanece internada em estado grave na UTI do pronto socorro de Rio Branco.
Ao participar do debate na tribuna da Assembléia, o deputado Edvaldo Sousa(PSDC), que também é jornalista, criticou a omissão do sindicato dos jornalistas do Acre, que em nenhum momento saiu em defesa dos profissionais acusados de sabotagem.
“Tem algo errado. E não vai ser descredibilizando o trabalho dos jornalista que fizeram a reportagem que o caso vai ser resolvido”, afirmou.