No Acre, centenas de famílias vivem da borracha e castanha
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), realizou, na manhã desta sexta-feira, o Encontro dos Extrativistas do Acre. o evento reuniu cerca de duas mil pessoas ligadas ao extrativismo, a maioria pequenos produtores, que sobrevivem da extração de borracha e castanha nos municípios do interior do estado. O local escolhido para o evento foi a Usina de Beneficiamento de Castanha, localizada no Parque Industrial de Rio Branco, que será inaugurada no início do próximo ano.
Durante o encontro com os extrativistas, o governo oficializou a doação de toda a infra-estrutura do local para a central de comercialização das cooperativas, a Cooperacre. “ Com certeza isso é uma vitória muito grande para os trabalhadores”, declara o extrativista Manoel da Gameleira, fundador da Cooperacre.
Há 12 anos a Cooperacre, com incentivos dos governos federal e estadual, trabalha para fortalecer a atividade extrativista no estado. “ O governo a cada dia vem apoiando, vendo o nosso esforço vem valorizando esse esforço”, afirma Manoel Monteiro, diretor da Cooperacre.
Atualmente cerca de 1.600 famílias no Acre comercializam borracha e castanha através da Cooperacre. É e onde tiram o sustento de suas famílias, através do cooperativismo. “ Foi o que trouxe o valor da castanha, porque a dez anos atrás a castanha custava 2 reais a lata, hoje chega a 20, 25”, explica o extrativista Hermandro da Silva.
Além da doação da indústria de beneficiamento de castanha que fica no Parque Industrial de Rio Branco, o governo também fez a doação para a Cooperacre de outras três estruturas semelhantes, localizadas em Brasiléia e Xapuri, onde serão usadas para beneficiar castanha, e em Sena Madureira, onde será usada para beneficiar o látex. Em estrutura física e equipamentos o montante doado chega a R$ 25 milhões.
A iniciativa do governo contou com o apoio da Assembléia Legislativa do estado, que aprovou um projeto de lei autorizando a doação. “ Todos os projetos que o governo mandou para a Assembléia para apoiar o cooperativismo e a Cooperacre foram aprovados”, declara o deputado Astério Moreira (PEN), líder do governo na ALEAC
A principal usina de beneficiamento de castanha, a que fica no Parque Industrial de Rio Branco, terá capacidade para processar até 700 toneladas do produto por ano. “ Com isso pela primeira vez na história da economia florestal o Acre vai ter capacidade industrial instalada para processar toda a castanha coletada no estado”, afirma o secretário estadual de desenvolvimento Edvaldo Magalhães.
Além dos extrativistas, também participaram do encontro desta sexta-feira secretários de governo, deputados, e o governador Tião Viana, que falou do fortalecimento da atividade econômica no estado.
“ O movimento extrativista acreditou que um dia poderia ter uma oportunidade na economia do Acre. Essa é uma transferência em patrimônio, de R$ 25 milhões, tanto na atividade das indústrias de castanha, como na de borracha em Sena Madureira, que nós estamos edificando também, para dizer que nós podemos fortalecer a comunidade e fortalecer a economia”, declarou o governador.