Rede já conta com 2.000 filiados em todo o Brasil
Apesar das barreiras para viabilizar a criação da Rede Sustentabilidade, a ex-senadora Marina Silva e dirigentes do partido evitam o clima de derrota e insistem na estruturação do grupo.
A 13 dias do prazo final para conseguir o registro da Justiça Eleitoral para disputar as eleições de 2014, a Rede já conta com 2.000 filiados e aprovou neste fim de semana normas para a formação de seus quadros.
“A filiação não será por critérios pragmáticos, mas programáticos. É isso que tentamos traduzir [para a base]”, afirmou Marina. As regras ainda não foram divulgadas pelo grupo.
Nos bastidores, integrantes da Rede evitam falar em número de candidatos, mas esperam contar pelo menos com quatro deputados federais na largada, se for reconhecida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Entes eles o deputado Reguffe (PDT-DF) que comunicou disposição de fazer parte da legenda.
A Rede tenta garantir que Marina seja candidata ao Planalto no ano que vem. Segundo a ex-senadora, mesmo com o prazo curto para o partido ser oficializado, não há motivos para buscar alternativas.
Marina saiu em defesa, mais uma vez, do trabalho de coleta de assinaturas de apoio. A Rede precisa ser oficializada pelo TSE até 5 de outubro reunindo cerca de 492 mil apoiamentos. Nos documentos encaminhados à Procuradoria, constam 304.099 fichas. O grupo apresentou, na semana passada, mais 136 mil apoios, totalizando 440 mil nomes.
A legenda ainda promete 80 mil assinaturas para os próximos dias e batalha para que o TSE considere válidas cerca de 130 mil fichas que foram recusadas pelos cartórios eleitorais sem a apresentação de justificativa.
“Temos plano A. Estamos confinante na legitimidade do que fizemos. Mobilizando milhares e milhares de pessoas, milhares de pessoas que assinaram e estão acompanhando esse processo”, disse Marina.
“É talvez o primeiro partido com torcida que estou vendo nascer no Brasil. Nunca vi isso a um partido político”, completou.
CIRCUNSTANCIAL
Dirigentes do grupo minimizaram o parecer do vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, no qual afirma que a sigla que Marina pretende fundar “ainda não demonstrou o caráter nacional”.
Para representantes do grupo o texto faz uma avaliação circunstancial, considerando o primeiro lote de fichas que continha um número parcial. Eles ainda apontam que o principal é a avaliação dos ministros do TSE, que votam no caso.
O comando da Rede espera que até o dia 3 de outubro a Justiça Eleitoral tenha definido a situação do grupo. Com isso, caso a legenda seja rejeitada, restariam dois dias para avaliar o cenário e decidir, por exemplo, se os integrantes poderão se filiar a outros partidos para 2014.
No partido, se o registro for negado, há quem defenda recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para criar a legenda.
Questionada se descarta entrar em outro partido para concorrer em 2014, Marina desconversou.
“Vocês já viram alguém indo para o altar com um noivo ou uma noiva e alguém pergunta: e se ele enfartar? E se acontecer alguma coisa, o que ele vai fazer? Ah, estou de olho ali na vizinha, tenho um plano B”, disse.