Entre tapas e beijos
Muitas farpas trocadas, as mães agredidas, nível intelectual analisado no calor do enfrentamento, mas depois todos os deputados estão abraçados e sorridentes para as câmeras. O episódio entre Élson Santiago (PEN) e Gilberto Diniz (PTdoB) mostra que o acirramento das discussões faz parte da vida orgânica do Parlamento, mas recorrer a métodos esdrúxulos de ambas as partes sinaliza que os parlamentares necessitam ter aulas constantes de bons modos –a sociedade agradece.
À prova
A perspectiva é que estes embates fiquem mais acirrados à medida que a eleição de 2014 se aproxime. No próximo ano a Assembleia Legislativa será o termômetro do que estará nas ruas no cabo de guerra entre as militâncias do governo e da oposição. Salve-se quem puder.
Restabelecimento
Moisés Diniz (PCdoB) comenta que a liberdade precisa voltar ao Parlamento. Ele faz uma autocrítica pelo fato dos deputados temerem o simples fato de convidar um secretário de Estado para prestar esclarecimento. Em qualquer democracia, este é um princípio básico.
Teoria e prática
Outro critico deste atual quadro da Aleac, Luiz Tchê (PDT) afirma que o Parlamento deveria ser o principal Poder, mas que por conta dos superpoderes hoje concentrados no Executivo, ele acaba por ser apenas um apêndice do Palácio Rio Branco; esta é uma relação nada salutar para os acreanos.
Renovada
Os próprios deputados avaliam uma grande renovação nas cadeiras da Casa, principalmente por conta do quociente eleitoral. A perspectiva é de que ao menos 15 parlamentares deixem de voltar em 2015. Muita sola de sapato e recursos financeiros vão ser necessários para a reeleição.
Abre aspas
“Eu não estou na política para benefício próprio, se assim fosse eu seria candidato a deputado. Há muito tempo luto contra o PT e não é justo agora eu sair da linha de frente, vou me arriscar para tirar este grupo do poder.” Declaração de Tião Bocalom (DEM), que ontem esteve na TV Gazeta.
Bases
Bocalom afirma que seu grupo com DEM, PSD, PSC e outros nanicos terá 50 candidatos a deputado estadual, construindo bases eleitorais em 12 dos 22 municípios. Um ponto é certo: Bocalom é o candidato de Sérgio Petecão (PSD). Ele também afirma estar em conversas bastante avançadas com o PP de Gladson Cameli.
Memória
O principal motivo a incentivar Bocalom a concorrer novamente numa majoritária são as pesquisas que o apontam como o melhor nome entre os oposicionistas. Diante das quatro eleições seguidas que disputou, nada mais natural de ser seu nome referência para o eleitor entre os adversários do PT.
Novo apoio
Geraldo Pereira (PT) passou a ser o novo militante da campanha de Ermício Sena para a eleição do PT. Mesmo fazendo parte da tendência que apoia Sibá Machado, ele mudou de posição após o aceno do governo de dividir com seu mandato os louvores pela aprovação da medida que reduz o ICMS da conta de luz das famílias de baixa renda.
Troco
Insatisfeito por ser “lavado” do anúncio da redução do ICMS, Moisés Diniz (PCdoB) ontem usou a tribuna para tecer elogios aos peemedebistas Chagas Romão e Eliane Sinhasique. Segundo ele, os oposicionistas foram os primeiros a encampar e defender esta proposta anos atrás.
Briga pronta
O PCdoB bateu o martelo para não discutir com a Frente Popular a possibilidade de indicar o vice de Tião Viana (PT). Os comunistas também não vão ceder um milímetro na candidatura de Perpétua Almeida ao Senado. Vão ser farpas boas a serem travadas até o período das convenções.
Irmandade
A questão do vice da Frente Popular passará obrigatoriamente por 2018. Caso Tião seja reeleito, a dúvida é saber como os irmãos Vianas ficarão acomodados. Jorge e Tião disputarem o Senado fica quase impossível. A solução seria um deles calçar a sandália da humildade e ir para a Câmara dos Deputados.
Metamorfose
Muito bom o artigo de Márcio Bittar (PSDB) ao analisar as ditaduras de esquerda mundo afora e sua influência na construção do PT brasileiro. As críticas são pertinentes, mas Márcio não pode jogar no lixo sua biografia de formação política na extinta União Soviética.
Metamorfose 2
O tucano tampouco pode colocar na vala comum o importante pensamento de Karl Marx, tão deturpado pelos tiranos socialistas, e que acabou sendo demonizado. A boa política não se faz apagando o passado, mas trabalhando para não repetir os erros.
Restaurante Popular
Deputados faziam troça ontem com o empresário Roberto da Princesinha. Na roda de conversa, o comentário é que é grande o risco de falência do restaurante pelo crescente número de políticos que lá passaram a almoçar –deixando tudo no pendura.