À unanimidade
Os 23 deputados estaduais entraram ontem em comum acordo quanto ao deputado Jamyl Asfury (PEN): toda vez que o segundo vice-presidente (cargo criado para acomodá-lo) presidir a sessão, todos vão sair do plenário. O esvaziamento é uma forma de protesto encontrada por eles contra as atitudes do parlamentar, visto como o traidor dentro do plenário e “menino de recado” do governo. Sua servil subserviência ao Executivo é rejeitada até pelos mais extremistas governistas.
De trás…
Após na quarta comprar briga com os deputados por se posicionar contra a PEC das emendas impositivas e falar em consulta prévia ao Palácio Rio Branco para saber se há sua aprovação, o cúmulo do absurdo, dizem os deputados, aconteceu na patética sessão dedicada à Telexfree.
…para frente
Jamyl Asfury simplesmente atropelou Moisés Diniz (PCdoB) como principal defensor da causa dos divulgadores. De forma sorrateira, marcou um encontro entre Carlos Costa, seus seguidores, com o governador Tião Viana (PT). O gesto deixou Moisés enfurecido, indo logo depois “detonar” Jamyl de forma indireta.
Aspas
“O que aconteceu aqui não foi legal. Vocês viram o que aconteceu e isto não foi bacana. Esta foi uma atitude rasteira.” A declaração ocorreu da cadeira da presidência da Mesa Diretora enquanto Moisés Diniz encerrava a sessão. O clima não está dos melhores dentro do plenário.
Mudanças oportunistas
Jamyl Asfury até bem pouco tempo fazia discursos não muito favoráveis à Telexfree. Chegou até a defender a investigação da empresa por suspeita de crime contra a ordem financeira, como agora a Justiça se posicionou ao declarar a ilegalidade da operação da empresa.
Outros cúmulos
Agora convenhamos: outro cúmulo do absurdo, caro Moisés Diniz, é interromper uma sessão da Assembleia Legislativa para receber diretores de uma empresa acusada e investigada de operar um sistema financeiro ilegal, e que até agora tem tido derrotas sucessivas nos tribunais de todo o país.
Prepotência
Jornalistas que acompanharam o tal Carlos Costa foram enfáticos: ele é um verdadeiro exemplo de prepotência e arrogância. Só no Acre para pessoas deste tipo serem recebidas com tapete vermelho e terem honrarias de chefe de Estado. Quando embarca no avião fala desgraças do Acre.
No jogo
Engana-se quem acha que Anibal Diniz (PT) será o patinho feio da corrida para o Senado. Ele pode não ter carisma nem simpatia (o que de fato não tem), mas contará com uma pesada máquina do governo para sua “reeleição”. A corrida pelo Senado será tão acirrada quanto pelo governo.
We Love NY
Gladson Cameli (PP) viajou com Márcio Bittar (PSDB) a Nova York. Com as despesas pagas pelo contribuinte brasileiro, os dois poderiam ver algum bom modelo de gestão de política americana para ser aplicada no Acre –não só o fuso horário. Certamente este tour estatal vai render um bom artigo na semana.
Santo milagre
Na política do Acre tem de tudo: até aliança do esquerditas PV com a extrema direita do Democratas. Mas como ideologia é algo jogado na lata do lixo da política brasileira, uma eventual aliança entre Tião Bocalom e Henrique Afonso não viria a ser surpresa. É Tião Viana (PT) indo de braçada para a reeleição.
O trem passou
Com estas atitudes, Henrique Afonso (PV) pode esquecer o apoio do PSB no Acre para sua tentativa de disputar o governo. Se estava difícil uma conversa direto com Marina Silva (PSB), agora que ficará inviável. Os socialistas acreanos com seus bons cargos no governo não querem nem sonhar em aliança Afonso-Bocalom.
Progresso
Uma das melhores notícias do ano é a construção do linhão até Cruzeiro do Sul, beneficiando todas as cidades às margens da BR-364. Será o fim da operação das usinas termelétricas, tão poluentes e de elevado custo de operação. A maioria da população poderá contar com uma energia eficiente –pena isso não resultar na redução da tarifa.