ABORTAR
Pela primeira vez após o efetivo início do ano parlamentar, o Governo usou da maioria em plenário para mostrar força. A retirada de nomes da CPI da Enenrgisa passa a ser uma referência de que o ano no plenário começou.
ABORTAR II
Por enquanto, nove dos 16 nomes que haviam assinado o requerimento solicitando o início da CPI retiraram o nome do pedido. Todos governistas, claro. A avaliação do Palácio Rio Branco foi de que essa investigação, de uma maneira ou de outra, poderia respingar no Governo. Na dúvida, melhor abortar.
TEIMANDO
O deputado Jenilson Leite (PCdoB), que propôs a CPI, vai reapresentar o requerimento na próxima terça feira. A expectativa é de que a mobilização comunitária seja maior. O deputado só precisa tomar cuidado para que essa mobilização não acabe contribuindo para desgastar ainda mais a imagem do parlamento. É um desafio.
NOVA RELAÇÃO?
O cálculo do Palácio Rio Branco é de construção de uma nova relação entre Executivo e Legislativo. O que essa “nova relação” quer dizer efetivamente ninguém sabe ao certo.
100 DIAS
E finalmente chegou o grande dia para Gladson Cameli: os 100 dias. A coletiva de imprensa foi feita no infernal Palácio Rio Branco. Sem ar condicionado, o Salão Nobre parecia mais uma sauna. Teve gente que passou mal. Até nisso, a gestão de Tião Viana deixou a marca. Faltou pouco para o simbólico “pé de mamão na cumeeira” que o ex-governador Jorge Viana tanto repetia como imagem de um Executivo herdado de Orleir.
CHAMADOS
O anúncio de maior apelo popular foi relacionado aos 500 aprovados em concurso da PM e da Polícia Civil. Serão chamados pelo Governo do Estado. O governador havia dado uma referência de data como 31 de julho, mas resolveu antecipar a boa nova.
CAPITALIZOU
Gladson Cameli capitalizou politicamente. Foi uma promessa de campanha. Tinha que ser cumprida. Diante de tantos desgastes na seara política nesse início de gestão, se o governador não fosse sensível a essa situação específica em área tão vulnerável como a Segurança, poderia ficar com um prejuízo na imagem difícil de ser recuperado.
TATUAGEM
A marca de não cumprir o que promete é uma tatuagem perigosa na política. Gladson Cameli, tendo esse contexto como cenário, acertou na decisão.
DIÁLOGO
O “espírito da coisa”, nesses primeiros 100 dias, expostos pelo próprio governador, foi o de um governo que não governa entre si. A interlocução entre as próprias instâncias de Governo assustou o jovem governador. Ele disse que, a partir de agora, os ajustes estão sendo feitos para que isso seja resolvido.
DESTRAVAR
Impossível falar dos 100 primeiros dias sem comentar a inoperância de algumas áreas da gestão. Com destaque para a área social, Cultura e CPL. Esta última em especial. Continua sendo a campeã de antipatia entre empresários. É preciso ajustar isso logo. E “destravar” esse setor de Governo não quer sugerir irresponsabilidade na gestão. É bom frisar.
IMC
Gladson recuou e teve que engolir o IMC, o Instituto de Mudanças Climáticas. Viu que pode trazer recursos para o Acre com essa instância de gestão. Quem entende de política ambiental sempre cita o que foi feito no Acre. Seria um retrocesso.
CLARO
Claro que o governador aproveitou o palco da coletiva para lembrar do rombo de R$ 3,8 bilhões “deixados pela gestão anterior”.
PERITOS
O governador Gladson Cameli poderia ter aproveitado a oportunidade e anunciado o chamamento dos 15 aprovados para peritos criminais. Em todo Acre, existem apenas 23 profissionais. Basicamente, eles atuam em Rio Branco e Cruzeiro do Sul. O número mínimo de profissionais deveria ser de 73. A associação que representa a categoria está em missão para conquistar apoio político. Começou por Brasília e agora segue rumo à Aleac.
FAÍSCAS E PEPETAS
Por falar em Aleac, chega a ser engraçada a relação entre os deputados José Bestene (PP) e Edvaldo Magalhães (PCdoB). Quando cruzam pelos modestos corredores da Aleac, quase sai faíscas. Parecem dois meninos quando um “corta” a pepeta do outro e se encontram na padaria do bairro.
PERDA
O Governo do Acre optou pela demolição do prédio onde funcionava a Polícia Federal na Floriano Peixoto. Errou. O prédio é parte da história do Acre. É óbvio que a saída da PF do local e o abandono de um prédio daquele em reduto de flagrante criminalidade serviram de combustível para que o prédio servisse de ponto de consumo de venda e consumo de droga. Mas até o argumento de economia para os cofres públicos serviria para a manutenção do espaço. Por exemplo… para ficar apenas em um raciocínio elementar: a equipe administrativa da FEM trabalha imprensada na Usina de Artes João Donato. Por que não se transferiu a FEM para o prédio histórico? Não seria muito mais “racional”.
PERDA II
Sem contar que essa rotina na gestão pública brasileira de demolir prédio histórico para construção de estacionamento é algo simbolicamente ruim. O caso dramático aconteceu em Coari, no Amazonas. Uma biblioteca em um dos prédios mais representativos da história do lugar foi demolida para construção de estacionamento. Lamentável.
VIZINHO
Ali mesmo na Rua Rui Barbosa (próximo ao prédio demolido) tem outro exemplo. Onde hoje funciona o Crie (um núcleo de apoio da Educação) é um prédio alugado. Há, portanto, um custo (imagina-se alto) para o Governo. E aí? O que justifica a demolição?
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