ALGUÉM AVISA
Alguém precisa avisar ao governador Gladson Cameli que o momento não é para dancinhas. Todos estão ansiosos, todos estão entusiasmados com a chegada das vacinas, mas é preciso postura mais comedida. São 839 pessoas mortas por complicações relacionadas à covid-19. Isso desautoriza qualquer ensaio de alegria.
DENGUE
O raciocínio é direto: se alguém vir o fumacê na rua jogando veneno para tentar matar o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, pode ter certeza de que o cenário se aproxima do descontrole. O fumacê é a ponta do desespero. E Rio Branco, com a ajuda da Sesacre, já vai acionar três unidades de fumacê nos bairros com maior incidência. Quadro é grave.
MAZINHO
A Agência de Notícias do Acre, portal oficial do Governo do Acre, se apressou em informar que a vacinação iniciou também em Sena Madureira. A informação não é fortuita. O governador Gladson Cameli, após incidente com o prefeito Mazinho Serafim na sede da Amac, quer se reaproximar. Ficar de mal com o prefeito do terceiro maior colégio eleitoral do Estado não faz bem para quem pretende se reeleger.
DECORO
Um mediador até que tentou acender o cachimbo da paz entre os gestores. Mas a reação do prefeito não foi nada republicana. Disse coisas de Gladson que agridem o decoro e o respeito ao leitor da coluna. Corda ainda tensa do lado do Iaco.
ISOLADOS
Em plena pandemia do novo coronavírus, o Governo do Acre dá provas de que trata os moradores de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo como cidadãos de terceira categoria. Em 30 de outubro do ano passado, expirou prazo de seis meses de interdição estabelecido pela Anac para que fosse tomadas providências em relação à infraestrutura dos aeródromos das duas cidades.
MAIS ISOLADOS
Na prática, os municípios ficam ainda mais isolados sem que pousos e decolagens sejam realizados. Tribunal de Contas e Ministério Público do Estado já estão cientes. O MP, inclusive, elaborou um relatório assinado por dois engenheiros civis detalhando as condições precárias das duas pistas. A pista de Porto Walter está registrada na Anac como pista construída em área privada e não consta nome do responsável. O relatório é dúbio em Marechal Thaumaturgo. Em determinado instante, fala que a pista de pouso existente foi construída em uma área do Exército; em outro informa que é área privada.
SEM OPERADOR
O relatório do MP informa que as duas pistas não têm operador de aeródromo, uma exigência da Anac. Resumindo: abandono.
ATOLADO, MAS NÃO ISOLADO
O senador Sérgio Petecão (PSD) já interveio na Agência Nacional de Aviação Civil para tentar resolver a situação e pedir que a Anac revisse o bloqueio das pistas e a possível retirada delas dos registros oficiais (passariam a ser, oficialmente, pistas clandestinas). “Fui uma vez a Porto Walter com a então deputada Naluh Gouveia e ficamos com o avião atolados na pista que era de chão. É um risco, sem dúvida, mas não podemos manter essas comunidades ainda mais isoladas. Ainda mais em período de pandemia”.
“UMA GRAÇA”
O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) abusou da ironia ao se referir ao governador Gladson Cameli e ao veto total ao projeto de Reforma Administrativa que o próprio Executivo mandou à Aleac. “O governador é uma verdadeira graça”, sorriu.
SEQUÊNCIA
A sequência de atos relacionados á Reforma Administrativa foi o seguinte:
1º) Envio do projeto para a Assembleia Legislativa;
2º) O governo, com o argumento de respeitar o que prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal, informou os parlamentares que precisaria fazer um ajuste: cortar gastos para priorizar os técnicos e fazer a máquina estatal funcionar;
3º) Base de apoio do governo, ao perceber o corte de cargos, faz questionamentos. Governador informa a alguns veículos de imprensa locais que os aliados não querem aprovar a reforma por conta dos cortes de cargos. Governador condiciona chamada dos aprovados em concurso da PM no cadastro de reserva à aprovação da reforma;
4º) Oposição divulga nota declarando “apoio integral” à reforma;
5º) Reforma aprovada no parlamento;
6º) Governador veta o texto.
FUTEBOL POLÍTICO
O deputado Edvaldo Magalhães foi buscar no futebol a metáfora necessária. “Ele chutou, cabeceou… na hora de fazer o gol, ele mandou furar a bola. É um brincalhão!”.
CUIDADO
O governador deve ter como referência um antigo ditado: “dinheiro não aguenta abuso”. Da mesma forma é o parlamento. Até a mais fiel base parlamentar tem um limite. É bom que Gladson saiba usar isso porque o cenário é de muita instabilidade.
BIRRENTOS
A foto de destaque está no perfil do Facebook do secretário de Estado de Saúde, Alysson Bestene. Mostra o próprio secretário cumprimentando o governador Gladson Cameli tendo ao centro o vice-governador Wherles Rocha. O riso de Rocha, meio incômodo, meio irônico não passa despercebido. Mas, a expressão de Gladson, quase se negando a manter contato com o vice chama atenção, olhar fixo em um ponto, dá o tom hilariante à cena.
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