A afirmação foi feita na edição do programa Gazeta Entrevista, desta quinta-feira (09)
Joelma Dantas e Thales Damasceno, são pais do bebê Théo Dantas, de dez meses, que estava internado no Pronto-Socorro de Rio Branco, e devido a falta de UTI, ele morreu de insuficiência respiratória. Eles estiveram presente no programa Gazeta Entrevista, desta quinta-feira (09), e afirmaram que irão entrar com uma ação contra o Estado.
“Se eu verificar que existe uma inépcia em relação ao Ministério Público, eu irei com certeza ao Conselho do Ministério Público, por omissão. Além disso, entrarei com uma ação contra o Estado. Isso não vai trazer o meu filho de volta, não vai amenizar a minha dor, não vai amenizar dor da mãe e das irmãs dele, mas eu espero que isso sirva para as autoridades ficarem atentas e tomarem providências”, afirma.
Segundo a mãe, a culpa do ocorrido com o Théo, foi do Estado. “Não há dúvidas alguma de que a responsabilidade é do Acre. Eu acredito muito em Deus e quero acreditar que o Senhor determina o momento certo de levar a gente, mas o Estado foi totalmente negligente com o Théo e com outras crianças que estão lá”, afirma a mãe.
Ela também disse, que as vagas de UTI que foram desativadas do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), podiam ter sido adaptadas para as crianças.
“O Estado tem quase 900 mil pessoas e só existe nove vagas de UTI para as criança, e essas são as que vão ser utilizadas por crianças de Marechal Thaumaturgo, Santa Rosa, Cruzeiro do Sul. São 22 municípios para nove vagas. E aquelas que foram desativadas pela Into, poderiam ter sido adaptadas para as crianças”, salienta Dantas.
Além desse problema, ela destaca a precariedade do hospital. “Elas estavam entubando as crianças na enfermaria. Eu sou fisioterapeuta, e para você entubar uma criança, é necessário um ambiente esterilizado, esse ambiente é a UTI, pois na enfermaria tem crianças com diversos tipos de doenças”, conta.
A mãe também afirmou que entrou em contato com o governador do Acre, Gladson Cameli e a secretária de saúde do Estado, Paula Mariano, e segundo ela, não foi atendida da forma que esperava.
“Eu mandei mensagem para o governador, mandei mensagem para secretária de saúde e ela me disse: não, daqui a pouco, eu vou liberar vagas, vou criar novas vagas, mandei para diretora Laura, que é diretora do Hospital da Criança. Eu implorei, salve o meu filho, mas nada disso foi feito, e na manhã de terça-feira, o meu filho começou a ter paradas cardiorrespiratória”, relembra.
Apesar dos diversos problemas apresentador por eles, os pais agradeceram e destacaram a importância dos profissionais de saúde que estiveram cuidando do seu filho.
“Teve médico que tinha acabado o plantão, e continuavam só para dar assistência para o Théo. Alguns deles pediam para trocar de setor, só pra ficar com ele. Dessa forma, eu gostaria de agradecer a equipe diurna e noturna do Pronto Socorro, que apesar dos impasses, eles fizeram de tudo”, concluiu o pai.
Relembre o caso
A situação do Théo só piorava, no mesmo dia ele precisou ser intubado. A mãe, Jolma Dantas, conta que os médicos ainda tentaram transferi-lo para a UTI pediátrica no Hospital da Criança, mas não tinha vagas. Depois de sete paradas cardiorrespiratórias, o Théo acabou falecendo, na terça-feira, 07.