Sem podem fazer o protesto em frente ao Palácio de Rio Branco, as mães foram até o prédio da Secretária de Saúde
Familiares que perderam os filhos por Síndrome respiratória aguda grave, falta de leitos de UTI pediátricas, equipamentos e remédios no Pronto Socorro da capital acreana, realizaram na manhã desta segunda-feira,20, um protesto que iniciou em frente ao Palácio de Rio Branco, após isso, foram impedidas de ficarem nesse local. Mediante a situação, elas seguiram para Secretaria de Estado da Saúde (Sesacre).
Eles levaram a foto de dez crianças que morreram e muita revolta. A senhora Jeile da Silva e o Edmilson Vieira perderam a pequena Maria Louise de um ano e nove meses, os pais afirmam que a enfermeira pediu para que eles comprassem um medicamento chamado de Aerolin, para aliviar as vias aéreas e até um equipamento chamado espaçador.
Mediante a isso, sem o atendimento adequado, o quadro da criança piorou, ela também precisou da UTI e não tinha, depois 14 horas, a criança veio a óbito.
“No prontuário dela estava escrito que precisava desse leito com urgência, pois segundo a médica ela teria uma possível leucemia, e precisava do leito pra poder fazer uma biópsia. Até lá no aguardo do leito, foi quando ela começou a piorar e veio a óbito, antes mesmo de conseguir um leito”, afirma a mãe.
Após a morte, os pais disseram que não receberam ajuda alguma do estado.
“Ninguém do governo ligou pra gente, pra perguntar se precisava de alguma coisa, de algum apoio e nada. Eu tive que fazer uma vaquinha na rede social, botei no status do meu WhatsApp pedindo ajuda, pra poder conseguir pra fazer um enterro digno para minha filha.”, concluiu Vieira.
Sem podem fazer o protesto em frente ao Palácio de Rio Branco, as mães foram até o prédio da Secretária de Saúde, já no quarto andar, elas procuraram Adriana Lobão, que é a secretária adjunta.
A Polícia Militar foi chamada para evitar que os servidores sofressem alguma violência, determinados funcionários entraram em pânico. Enquanto a secretária adjunta, não saiu do gabinete e ficou protegida por dois servidores.
Ela recebeu um audio da diretora do pronto socorro informando a falta de leitos de uti e não fez nada.
“Nós viemos aqui perguntar pra senhora Adriana Lobão pra quem o áudio aqui foi enviado, no qual a Dora é clara, ela fala que já havia conversado com ela há três dias sobre as crianças que estavam morrendo por causa do oxigênio, por falta de material. Viemos aqui pra conversar com ela, não somos assassina, eles se trancaram todos em uma sala. Não dizem onde ela está, ela é funcionária pública, ela está de atestado médico? Ela foi fazer alguma agenda fora?”, diz Joelma Dantas, uma das mães.
O Estado disse que criou um comitê para apurar as mortes e as falhas no atendimento, além disso, UTIs pediátricas foram abertas no Instituto Nacional De Traumatologia E Ortopedia, para receber os casos graves de gripe que vem afetando principalmente crianças.
Antes da ação ocorrer, a equipe do governo do Acre iria receber a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Brito, no mesmo local que estava ocorrendo o protesto, pois seriam entregues viaturas para os Conselho Tutelar e para a Polícia Militar. Contudo, toda a entrega foi adiada para o período da tarde.
Por fim, as mães querem levar as denúncias até Brasília, além disso, pretendem conversar diretamente com o presidente da república. Elas estudam também fazer a exumação dos corpos das crianças, pois as pessoas ligadas ao governo do estado do Acre, estão colocando a culpa nas mortes nas próprias mães, principalmente por falta de cuidados e de vacinas.
Com informações de Adailson Oliveira para TV Gazeta.