GOVERNO x ESTADO
Governador Gladson Cameli visitou a comunidade do Barro Alto, na Estrada Transacreana, na tarde desta quinta-feira. Falava para pequenos agricultores. Os mesmos que estão longe (muito longe) da prioritária pauta com foco no agronegócio. Em determinado momento, em uma pequena varanda, escondido do forte sol, Cameli diz, sem cerimônia, que voltará àquela comunidade para punir técnicos do Imac que estiverem perseguindo os produtores dali.
GOVERNO x ESTADO II
Segue a íntegra da transcrição. “Isso o que vai ser feito aqui ainda não é nada do que aquilo que eu quero. Porque vocês são homens trabalhador (SIC), pessoas dedicadas. Se eu ver (SIC), eu vou logo dizer aqui para não dizer (SIC) que estou com conversa fiada) alguém perseguindo do Imac… aqui vocês, eu vou arrancar os cabelos deles [inaudível por causa das palmas]. Deixar vocês trabalharem porque é vocês (SIC) que produzem. É vocês (SIC) que estão debaixo de sol e chuva pra dar o sustento de vocês. Tem que deixar as pessoas de bem trabalharem. Esse é o nosso propósito”.
CAMPANHA
O governador anunciava à comunidade os detalhes das obras de infraestrutura nos ramais da região. Estava acompanhado do secretário de Estado de Infraestrutura, Thiago Caetano, possivelmente, o candidato à Prefeitura de Rio Branco que terá apoio de Cameli na campanha do ano que vem.
NADA PEDAGÓGICO
A fala do governador é um exemplo raro (dada a clareza) de como o maior representante do Governo trabalha contra a execução das políticas de Estado. Quando um governante promete punir os agentes de Estado (no caso, os técnicos do Imac) porque estão fazendo o trabalho que lhes compete, há uma espécie de caos institucional instalado. É uma retórica de apelo popular e nada pedagógica. Consolida uma visão limitada de entender a legislação ambiental como uma trava ao crescimento econômico. O governador errou. O pior é ter a sensação de que se tivesse a possibilidade de refazer a fala, ele diria tudo outra vez.
CARTEL
Reunião tensa na Secretaria de Estado de Saúde no início da manhã de ontem (30). Cameli quer que o secretário de Estado Alysson Bestene faça as mudanças necessárias para que os problemas do setor, ao menos, minimizem. Há problemas que só serão resolvidos com dinheiro. Outros, não. E é nestes que a energia precisa ser priorizada. O que é preciso decidir para que, com poucos recursos, possa haver impacto positivo? Por exemplo: é inadmissível que a Diretoria de Assistência da Sesacre esteja em rota de colisão com a diretoria do Hospital de Urgência e Emergência. Fazer isso se harmonizar não precisa, obrigatoriamente, de dinheiro. Peças precisam ser mudadas.
CALAMIDADE
Isso sem contar o fato de que o Acre está em situação de calamidade pública na prestação de serviços de saúde. Alguma coisa é preciso mudar efetivamente.
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