O Brasil é um país continental, com mais de 210 milhões de habitantes e uma diversidade enorme de realidades sociais e econômicas. Garantir serviços públicos essenciais como saúde, educação e segurança não é uma tarefa simples nem barata. São investimentos que demandam recursos significativos para atender às necessidades de toda a população.
No entanto, o sistema tributário atual pesa mais sobre quem tem menos. Enquanto milhões de brasileiros enfrentam dificuldades para pagar impostos altos sobre bens essenciais, os super ricos, que concentram grande parte da riqueza do país, pagam proporcionalmente menos impostos e usufruem de diversas brechas e benefícios legais para reduzir sua contribuição.
Essa desigualdade na cobrança de impostos acaba penalizando quem menos pode pagar, dificultando o acesso a serviços públicos de qualidade e a oportunidades para sair da pobreza.
Para mudar esse cenário, a taxação mais justa dos super ricos é um tema indispensável no debate público.
Para entender a dimensão desse desafio, basta olhar para alguns números do orçamento federal de 2025. O programa Bolsa Família, que atende cerca de 20 milhões de famílias, tem um orçamento de R$ 158 bilhões. O Sistema Único de Saúde (SUS) conta com R$ 245 bilhões, enquanto a educação pública tem um orçamento de R$ 226 bilhões. Já o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a Renda Mensal Vitalícia (RMV) têm R$ 113,6 bilhões, enquanto o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dispõe de R$ 57,6 bilhões para investimentos em infraestrutura.
Estudos recentes indicam que uma taxação efetiva sobre os super ricos poderia gerar uma arrecadação adicional de cerca de R$ 260 bilhões por ano, valor que é 1,6 vez maior que o orçamento do Bolsa Família, quase 1,1 vez maior que o orçamento destinado à saúde e também superior ao orçamento da educação pública.
Essa receita extra abriria espaço para ampliar investimentos e melhorar serviços públicos essenciais.
Assim, a taxação dos super ricos não é uma medida para penalizar, mas para corrigir uma distorção histórica e estrutural. É uma forma de garantir que quem tem mais contribua proporcionalmente para o desenvolvimento do país, permitindo investimentos que beneficiem toda a população.
Além disso, uma distribuição mais justa dos recursos estimula a economia ao fortalecer o consumo interno e ampliar oportunidades. Países com sistemas tributários mais equilibrados costumam apresentar economias mais estáveis e sociedades menos desiguais.
Por isso, defender a taxação justa dos super ricos é uma questão que interessa a todos, especialmente àqueles que hoje carregam o peso de um sistema desigual. Trata-se de um passo fundamental para construir um Brasil mais justo, com serviços públicos de qualidade e oportunidades reais para todos.
O passo seguinte é cobrar dos governantes que esses impostos sejam direcionados de maneira efetiva para o que realmente interessa: saúde, educação, segurança e infraestrutura que beneficiem toda a população. Caro leitor, o recado é simples: o problema não é o imposto, é como ele volta para você.
Hoje, infelizmente, esse dinheiro muitas vezes retorna para o cidadão sob a forma de gastos com o fundão eleitoral, salários elevados de políticos e obras superfaturadas, como viadutos que não resolvem os problemas reais da população.




