O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Bambu (Aprobambu), Guilherme Korte, destacou em entrevista no programa Gazeta Entrevista, a importância do Acre no cenário global do bambu. O estado abriga a maior reserva de bambu nativo do mundo, popularmente conhecido como taboca.
Com aproximadamente 1.600 espécies de bambu em todo o planeta, o Brasil possui cerca de 260 espécies nativas, 30% delas localizadas na Amazônia, incluindo o Acre, onde a taboca é uma das mais utilizadas.
“O Acre tem um enorme potencial, sendo a maior reserva de bambu nativo do mundo. Isso é um recurso valioso, especialmente para a indústria. O bambu é extremamente eficiente para a produção de fibras e biocompósitos”, explicou Korte.
Apesar do potencial, o setor ainda não despertou investimentos à altura no estado. Segundo o presidente da Aprobambu, a falta de exploração do bambu no Acre se deve, em parte, à riqueza de recursos já disponíveis, como pastagens naturais para o gado. “O manejo do bambu requer tecnologia e equipamentos, mas com o avanço das pesquisas e o desenvolvimento de novos produtos, esse cenário está mudando. O bambu pode substituir vários materiais e possui uma enorme capacidade de capturar CO2 da atmosfera”, destacou o especialista.
Além de seu uso crescente na construção civil, com um aumento de 500% na utilização do bambu no Brasil nos últimos cinco anos, o material também é utilizado na fabricação de utensílios domésticos e mobiliário, tornando-se uma alternativa sustentável à madeira. “O Brasil importa cerca de 15 milhões de dólares em produtos de bambu anualmente, o que abre uma grande oportunidade para o Acre. Com tecnologia e manejo adequado, o estado pode atender ao mercado interno e até exportar bambu para países como a China”, afirmou Guilherme Korte.
A expectativa é que, com investimentos em mecanização e capacitação, o Acre possa transformar sua vasta reserva de bambu em uma fonte de desenvolvimento econômico sustentável.