Por *Natália Lindoso* para o Agazeta.net
Em agenda da Ministra das Mulheres ao Acre, Cida Gonçalves, nesta terça-feira (21), a secretária de estado da Mulher, Márdhia El Shawwa, o governador Gladson Cameli e a vice-governadora Mailza Assis, discutiram as necessidades do estado e as parcerias entre o governo federal para políticas para mulheres no Acre, uma das questões foi a inauguração da Casa da Mulher Brasileira, em Cruzeiro do Sul.
O local tem investimento do governo federal e é o primeiro a ser inaugurado no estado. A Casa da Mulher Brasileira é um local de acolhimento para mulheres, com diversos tipos de atendimento. Em Cruzeiro do Sul, serão implementados vários serviços. A secretária de estado da Mulher destacou o que será oferecido:
“Temos equipe de assistente social, equipe de psicóloga, assessoria jurídica, para que não falte nada. Os cursos de qualificação profissional vão ser desenvolvidos. Então, é um ambiente digno para receber as mulheres, seus filhos. E também é um local digno para os servidores atenderem as mulheres, realizarem seus serviços e contribuir assim para que a gente reduza a violência contra a mulher”, disse.
Durante a agenda, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, falou sobre a importância desse local para o Acre e a parceria do governo estadual e federal. “Entregar a Casa da Mulher Brasileira de Cruzeiro do Sul significa que as mulheres têm acesso ao serviço, ao emprego, acesso a todos os seus direitos. Então, é para isso que nós estamos aqui, para que, de fato, fortaleça essa parceria entre o governo federal, entre o governo do estado e dizer que para nós, o Estado do Acre, ele é fundamental, ele é importante”.
Vale lembrar, que o Acre tem figurado nos maiores índices de feminicídio nos últimos anos. Segundo dados do Feminiciômetro, do Ministério Público do Acre, de 2018 a 2025 houveram 78 feminicídios consumados e 111 tentativas de feminicídio no estado. Em dezembro de 2024 o feminicídio de uma adolescente de 16 anos em Rio Branco trouxe à tona o debate sobre o tema. Esse ano, em janeiro, o estado testemunhou o feminicídio de uma jovem de 19 anos, no município de Mâncio Lima. O caso foi o primeiro em 2025.
Segundo a ministra, o investimento e parceria para combate a esse tipo de violência deve ser feito nas esferas federal, estadual e municipal. Além disso, ela falou da importância de oferecer serviços para mulheres, a exemplo da Casa da Mulher Brasileira. “Porque aqui no Acre e no resto do Brasil, a tendência é que onde tem serviços, os feminicídios e a violência, ela vai muito mais para o interior, onde não tem serviços, então, nós estamos trabalhando a questão de ter mais serviços”, explica.
Durante a conversa foi destacado ainda a construção da Casa da Mulher Brasileira em Rio Branco, na agenda da ministra, estava a visitação do espaço onde será construído o local. A secretária Márdhia El Shawwa, falou sobre o projeto na capital:
O projeto já foi iniciado há um ano, houve aprovação da Caixa, o Ministério das Mulheres vai ser o concedente e o secretário Ítalo me garantiu que nos próximos dias a licitação já está sendo lançada. É uma meta nossa, para entregar o mais rápido possível”, finaliza.
Canais de ajuda
Para combater a violência de gênero, é essencial que mulheres tenham acesso a redes de apoio e proteção. O acolhimento da vítima é essencial para romper o ciclo de violência e desvincular-se do agressor. É fundamental contar com uma rede de suporte, que pode incluir familiares e amigos, além de serviços especializados que oferecem assistência jurídica e psicológica.
As vítimas podem procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pelo telefone (68) 3221-4799 ou a delegacia mais próxima.
Também podem entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque 180, ou com a Polícia Militar do Acre (PM-AC), pelo 190. Outras opções incluem o Centro de Atendimento à Vítima (CAV), no telefone (68) 99993-4701, a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), pelo número (68) 99605-0657, e a Casa Rosa Mulher, no (68) 3221-0826.
*Estagiária supervisionada por Gisele Almeida*
