De acordo com o boletim infogripe da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), 15 estados do país apresentam crescimento de Síndromes Respiratórias Agudas Graves, e na tendência de longo prazo, o Acre está na lista.
“Estamos observando um aumento significativo. Primeiro, da mudança da faixa etária dos casos acometidos. Anteriormente, tínhamos aquela predominância de pacientes com síndrome gripal de 20 a 29 anos, no grupo dos jovens, e os idosos acima de 60. Comparando os números, temos um número menor”, afirma o secretário d Saúde, Pedro Pascoal.
Segundo o médico infectologista, Eduardo Farias, as síndromes respiratórias agudas são geralmente virais, embora existam as alérgicas. “As infecciosas, você tem aquelas provocadas por vírus. O principal é chamado de vírus sincicial respiratório. Esse vírus causa uma inflamação dentro do pulmão”, conta o médico.
O médico reforça a importância na identificação dos sintomas, das quais começam geralmente como uma síndrome gripal, com escoriações, febre. Em seguida, começam as dificuldades respiratórias, e a medida que toma conta do pulmão, se não houver intervenção, a pessoa pode morrer por não oxigenação dos tecidos cerebrais e cardiorespiratórios.
Em menos de uma semana, duas crianças morrem com pneumonia no interior do Acre. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), os casos passam por investigação do óbito.
“Inclusive, uma tinha forte suspeita de quadro de leucemia associado, que complicou. Atrelado a isso, toda a estrutura dos nossos laboratórios para fortalecimento para não só testagem de vírus, mas também para suspeitas de infecções bacterianas, e medidas de ação estão sendo tomadas”, destaca Pascoal.
Em meio ao aumento de casos de síndrome respiratória, é importante lembrar que doses da vacina contra gripe foram descartadas na última campanha vacinal por falta de procura pela população.
“O Brasil entrou em uma disputa de confundir a ciência e aquilo que já é consolidado na saúde pública, que são as vacinas, com ideologias políticas. No meio ficaram as crianças e idosos morrendo, por falta de uma orientação adequada.
A Sesacre afirma que o índice de vacinação no estado é muito abaixo do esperado. Atualmente, o Acre tem uma média de cobertura vacinal inferior a 30%, sendo que o esperado era de 80%.