Em resposta ao recente aumento no número de casos de Covid-19 no Acre, o estado recebeu no último sábado (04), um reforço de 15 mil doses de vacina contra a doença, enviadas pelo governo federal. Esta nova remessa visa expandir a campanha de vacinação, que até o momento estava focada principalmente nas crianças, para incluir também os adultos, especialmente aqueles com comorbidades.
A coordenadora estadual de imunização, Renata Quiles, explicou que, diante do aumento de casos e da demanda nas unidades de saúde, o governo do Acre solicitou ao Ministério da Saúde um envio emergencial de vacinas. As novas doses, provenientes do laboratório Zalinka, são essenciais para atender à crescente necessidade de imunização, uma vez que o estado enfrentava um desabastecimento.
“Dado esse cenário de aumento de casos, aumento nas nossas unidades de saúde pelas síndromes respiratórias e com bastante positividade para a Covid, o estado do Acre solicitou ao Ministério da Saúde um envio emergencial das vacinas. Inicialmente, nós fomos atendidos com 15 mil doses da Covid-19 do laboratório Zalinka para adultos, que era a vacina que a gente estava em falta”, explica a coordenadora.
Quiles enfatizou a importância da vacinação e alertou que a população deve se atentar à faixa etária e ao histórico de vacinação. Ela destacou que é fundamental que todas as pessoas tenham, no mínimo, duas doses registradas nas carteiras de vacinação. No entanto, o foco atual está nos grupos prioritários, que incluem idosos, gestantes, puérperas, e pessoas com comorbidades, como diabéticos e hipertensos.
“É extremamente importante frisar que o público errado está procurando a vacinação. Todas as pessoas precisam ter, no mínimo, duas doses registradas na sua caderneta, mas os grupos prioritários são as pessoas que todos os anos precisam renovar o seu reforço de vacinação. Neste momento, principalmente por conta desse cenário, somente os grupos prioritários precisam buscar a vacinação agora”, explica Quiles.
Ela enfatiza que as crianças menores de 5 anos devem ter as três doses da vacina, enquanto outros grupos especiais, como indígenas, população do sistema prisional e pessoas com deficiência permanente, também precisam de reforço. Ela lembrou que a imunização dos trabalhadores da saúde é crucial, pois eles são essenciais no cuidado da população.
“Os indígenas precisam fazer reforço anual, população do sistema prisional, pessoas com deficiência permanente e, o mais importante de tudo, o trabalhador da saúde, não porque são os mais importantes, mas se ele não estiver bem, como que ele vai cuidar da população”, diz.
Em Rio Branco, as vacinas estão disponíveis nas Unidades de Referência em Atendimento Primário (Uraps) e no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais, localizado na Avenida Getúlio Vargas, próximo à Prefeitura Municipal. Quiles alertou que não há margem para desperdício, uma vez que cada frasco contém cinco doses que devem ser utilizadas em até 12 horas após serem abertas.
“A gente não está recebendo vacina sobrando para desperdício. Por se tratar também de um frasco de vacina que vem com cinco doses, depois de 12 horas que eu abro esse frasco, ele já deve ser desprezado. Por isso, os municípios estão referenciando unidades específicas para vacinação”, esclarece.
Ela também mencionou que, embora a vacinação esteja sendo realizada em algumas unidades, não é possível descentralizar em todas as 248 unidades do estado, pois isso poderia resultar em perdas de doses. A coordenadora reforçou que, embora a vacina não impede a infecção pela Covid-19, ela é eficaz em reduzir sintomas e evitar complicações mais graves principalmente em pessoas com comorbidades.
“Não temos essa vacina descentralizada em todas as 248 unidades do estado. Não tem como, porque se eu abro um frasco de vacina e só aparece uma pessoa para vacinar, as outras quatro doses vão acabar indo para o lixo. Vale ressaltar que a vacina não irá impedir de contrair a Covid-19, mas irá reduzir bastante os sintomas e evitar complicações mais graves”, fala.
Com o aumento das doses disponíveis, as autoridades de saúde esperam que a população busque a vacinação, para contribuir para o controle da doença e a proteção da saúde pública.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Marilson Maia para a TV Gazeta
Estagiário supervisionado por Gisele Almeida