Com 52 registros de casos dos arbovírus Oropouche e Marayo, a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), divulgou como está o cenário dessas doenças atualmente. Segundo informações da secretaria, seis municípios do estado tiveram casos confirmados do vírus. Porém, essa confirmação se deu a partir de testagem negativas para a dengue, pois ambos os sintomas são semelhantes.
Quem explica melhor a respeito de como esses novos vírus funcionam e agem é o médico infectologista, Eduardo Farias. Segundo ele, por conta da localização tropical que o Acre se encontra, com uma grande biodiversidade e com clima quente úmido, é o tipo de ambiente perfeito para muitos vírus se desenvolverem. Além disso, embora sejam novos no estado, já são bastante conhecidos pela América Central.
“Nós vivemos em uma faixa tropical do planeta, de floresta úmida tropical, então é um ambiente de biodiversidade muito intensa, e essa biodiversidade inclui vírus, alguns vírus conhecidos da ciência e outros vírus que ainda nem nós sabemos exatamente seu potencial de causar doenças, gravidades e tudo. São vírus já conhecidos como por exemplo o Oropouche, que já é comum na América Central, Caribe, na Amazônia brasileira, e no estado do Pará”, explica o infectologista.
Além disso, Farias explica que para que toda essa movimentação do vírus aconteça é necessário um vetor, que nestes casos, assim como a dengue, é causada também por mosquitos, principalmente as carapanãs, que são comumente encontradas nestes ambientes.
“Agora para que isso ocorra e ocorre de forma exclusiva, você precisa ter um vetor, que no caso da febre de Mayaro o vetor é um tipo de mosquito que existe e o Oropouche é muito pelo pium, que são os nomes mais comuns que a gente conhece”, comenta.
O médico alerta a população para que fiquem atentas aos sintomas, pois são muito parecidos com os da dengue, com dores de cabeça, no corpo, manchas na pele e etc. Portanto, é comum que as pessoas achem que estejam com dengue quando na verdade podem estar com Oropouche e Mayaro, mas diferente da dengue da covid-19, essas doenças não tem grandes complicações.
“É uma síndrome febril muito semelhante a dengue, febre, dor de cabeça, dores no corpo, manchas pelo corpo, artralgismo, dores nas articulações, mas são febres autolimitadas, não tem potencial de complicação, diferentemente da dengue ou da Covid-19. São febres autolimitadas de três a cinco dias e que não deixam nenhuma sequela “, conclui.
Com isso, diante de tantas semelhanças com a dengue e outras doenças como a covid-19, é importante que todas as pessoas busquem ajuda médica para poderem distinguir de fato, porque embora essas novas doenças não sejam perigosas, é necessário que haja certeza que não é uma covid-19 ou dengue, pois essas sim são perigosas e sem os cuidados podem levar a sérios problemas de saúde.
Os primeiros registros das infecções ocorreram em abril deste ano em vários estados e até então já somam 52 casos. Por isso, é necessário que as pessoas tenham cuidado e cumpram as recomendações do Ministério da Saúde para que esses novos vírus sejam controlados o mais rápido possível.
Com informações de Wanessa Lima para a Tv Gazeta