O Acre registrou na manhã desta terça-feira (23) o 8º caso de feminicídio em 2025. A vítima, identificada como Maria José de Oliveira, de 51 anos, foi morta com um golpe de faca no peito, desferido pelo ex-companheiro, na rua Alita, bairro Cruzeirão, em Cruzeiro do Sul.
Segundo a Polícia Militar, o crime ocorreu por volta das 6h, na frente de pelo menos três crianças. Maria José era mãe de 16 filhos.
De acordo com vizinhos, a vítima já havia se separado do agressor após anos em um relacionamento abusivo. O homem, identificado como Raimundo, de 61 anos, tinha histórico criminal e chegou a cumprir pena por violência doméstica e abuso sexual contra duas filhas.
Maria José possuía medida protetiva, mas isso não foi suficiente para impedir a ação do agressor. Segundo informações, ela vinha sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar e outras instituições da rede de proteção.
Moradores que presenciaram a cena conseguiram conter o suspeito até a chegada da polícia. Ele foi algemado e conduzido à delegacia.
O capitão Tales Campos, subcomandante da PM no Juruá, confirmou a prisão em flagrante:
“A equipe chegou ao local e o indivíduo já estava contido pela população. Ele executou a ex-esposa a golpes de faca, na frente dos filhos menores. Já tinha histórico de violência doméstica e passagem por abusar das próprias filhas. A Polícia Militar lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com a família.”
Segundo o oficial, o clima no local era de revolta. A polícia precisou agir rapidamente para evitar um possível linchamento.
Com o caso desta terça-feira, o Acre atinge em setembro a mesma quantidade de feminicídios registrada em todo o ano de 2024, restando ainda três meses para o fim de 2025.
O número reforça a urgência de fortalecer políticas públicas de combate à violência contra a mulher. A luta contra o feminicídio deve ser tratada como compromisso de toda a sociedade, em defesa da dignidade, da segurança e da igualdade de gênero. A investigação do caso ficará a cargo da Polícia Civil.
Canais de ajuda
Para combater a violência de gênero, é essencial que mulheres tenham acesso a redes de apoio e proteção. O acolhimento da vítima é essencial para romper o ciclo de violência e desvincular-se do agressor. É fundamental contar com uma rede de suporte, que pode incluir familiares e amigos, além de serviços especializados que oferecem assistência jurídica e psicológica.
As vítimas podem procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pelo telefone (68) 3221-4799 ou a delegacia mais próxima.
Também podem entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque 180, ou com a Polícia Militar do Acre (PM-AC), pelo 190.
Outras opções incluem o Centro de Atendimento à Vítima (CAV), no telefone (68) 99993-4701, a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), pelo número (68) 99605-0657, e a Casa Rosa Mulher, no (68) 3221-0826.
Com informações do repórter Gledsson Albano para TV Gazeta e editada pelo site Agazeta.net
Veja mais:
Acre reduz em 20% taxa de feminicídios em 2024; oito casos foram registrados