Na última segunda-feira, (9), o Brasil celebrou o Dia Nacional da Imunização, data criada para conscientizar a população sobre a importância de manter as vacinas em dia. A data chama atenção para a necessidade de ampliar a cobertura vacinal, especialmente em um momento em que, apesar dos avanços, os índices de imunização contra a gripe e a Covid-19 seguem preocupantes.
Segundo Débora Ribeiro, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Acre, o país conseguiu avanços significativos nos últimos anos. “Nós estamos ali numa média de 90% de cobertura vacinal, mas quando a gente lembra que já passamos por uma média de 50%, 40%, então já melhoramos e avançamos muito no ano de 2023 e no ano de 2024”, afirma.
Esse progresso, no entanto, não se estende a todas as vacinas. A cobertura contra a influenza permanece estagnada, mesmo após mudanças na estratégia de vacinação. “Estamos em torno de 45% hoje, uma campanha que mudou para ampliar o acesso à população. Hoje temos a vacina da influenza disponível o ano todo, mas há um ano mantemos essa mesma taxa”, relata Débora.
A situação é ainda mais crítica no caso da Covid-19 entre crianças. Enquanto a cobertura vacinal de adultos já ultrapassa os 100% – por conta das doses de reforço –, a imunização infantil permanece abaixo dos 20%. “O que me preocupa é que os filhos desses adultos não estão sendo vacinados”, destaca a coordenadora.
Em Rio Branco, os dados seguem a mesma tendência do restante do estado. A diretora de uma unidade de saúde da capital confirma a baixa adesão: “Estamos com pouca procura, tanto para a vacina da Covid quanto para a da gripe. A gente orienta, a gente pede: procure uma unidade de saúde, traga os parentes, o cartão do SUS e a carteirinha de vacinação”.
Enquanto muitos ainda resistem ou esquecem de se vacinar, exemplos como o do senhor Raimundo Nonato, de 85 anos, mostram o outro lado da história. “Nunca perdi uma dose. Hoje vim tomar contra a gripe e o tétano. Muita gente se vai por causa da gripe porque não toma a vacina. Eu não deixo de vir nunca. Minha mulher é doente, mas trago ela de carro e ela toma também”, conta.
A imunização segue sendo uma das principais ferramentas de prevenção em saúde pública. O Calendário Nacional de Vacinação, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, é o principal guia para pais, responsáveis e profissionais da saúde garantirem a proteção adequada em todas as fases da vida. A retomada da confiança nas vacinas e a ampliação da cobertura vacinal, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, são desafios urgentes para os próximos anos.
Matéria produzida pela repórter Débora Ribeiro, para TV Gazeta.



