De janeiro até agora, uma loja de móveis e eletros foi invadida 4 vezes
Cidade pequena, poucos habitantes. Sinônimo de lugar pacato, tranquilo. Mas esta definição passa longe de Acrelândia e seus 12 mil moradores. O município vive a maior onda de violência dos últimos anos. O comércio é o alvo preferido pelos criminosos.
De janeiro até agora, uma loja de móveis e eletros foi invadida quatro vezes. Os ladrões não se intimidaram com o sistema de alarme. A gerência não está autorizada a falar sobre o assunto. Desde o último o incidente, o estabelecimento conta com vigilante noturno.
Na madrugada do dia 3 de outubro, ladrões renderam o segurança do maior supermercado da cidade. “Amarraram ele[o vigia] e foram até a casa onde estava minha mãe e meus irmãos e pediram para ele dizer que estava com dor de cabeça. Quando abriram a porta, os bandidos disseram que era uma assalto”, relata Dival Vidal, proprietário do estabelecimento.
Na ação, uma quantia superior a R$ 200 mil foi levada pelos criminosos. “São profissionais. Até agora eles vêm praticando vários crimes na nossa região e a polícia não tem encontrado nenhuma pista que possa levar a captura desses bandidos”, complementou.
E não é só o comércio, o medo também toma conta dos moradores. “É um pesadelo. Você está em casa com sua família e corre o risco dos bandidos entrarem e te assaltar, levar tudo que a gente tem e ainda tem o risco de levar um tiro ou facada”, argumentou um homem que não quis se identificar.
Nas ruas, é difícil flagrar viaturas ou até mesmo policiais. E isso tem uma explicação: o efetivo é insuficiente para atender a demanda. Somente este ano, a PM contabilizou 12 roubos, 93 furtos e homicídios. Os números da violência assustam moradores e principalmente comerciantes que cansados, pretendem investir na própria segurança.
O empresário Kennedy Cardoso já fez alguns projetos para a compra de câmeras de segurança e contratação de patrulhas noturnas. Os valores que variam entre 20 e 150 mil reais vão ser apresentados em reunião aos comerciantes de Acrelândia. “Todo mundo tem que apelar e hoje o comércio de Acrelândia está se organizando para que não venha acontecer mais ou pelo menos inibir”, informou.
Por telefone, é praticamente impossível contato pelo 190 da Polícia Militar. O serviço está indisponível há vários dias. Solicitações foram realizadas a companhia telefônica, mas até o momento sem sucesso. Então, a reportagem de Agazeta.net procurou o comando local da PM. Capitão Filho reconhece a onda de violência.
“Esses roubos são mais no período da noite. Uma cidade às escuras, pouca iluminação e muito roubo na zona rural”, enfatizou. Questionado sobre reforço no policiamento, o militar respondeu que “sempre é pedido este reforço e temos conversado com as pessoas no comércio e residências. Mas em Acrelândia, a situação é que algumas pessoas não colaboram com a polícia”, finalizou.