A Polícia Civil do Acre (PCAC) investiga, sob sigilo, um caso envolvendo um adolescente sueco de 17 anos que veio ao Brasil para jogar futebol e alega ter sido vítima de falsas promessas. O sueco chegou ao estado no dia 6 de junho com a expectativa de receber salário, alimentação e o reembolso das passagens, incluindo o retorno à Suécia, como parte do acordo com um clube de futebol acreano. No entanto, segundo a denúncia, essas promessas não foram cumpridas.
O caso começou a ser investigado pelo Conselho Tutelar de Rio Branco, após uma denúncia anônima sobre as péssimas condições de hospedagem e alimentação precária. A Polícia Civil agora busca identificar os responsáveis pelas promessas feitas ao jovem. Além disso, investiga-se a possibilidade de assédio sexual.
Em contato com o técnico de futebol e responsável pelo adolescente, Emerson Luís afirmou que as informações sobre tráfico de pessoas e má alimentação são inverídicas. Além disso, destacou que não foi prometido salário e nem alimentação ao jovem, que seria tudo arcado por ele mesmo.
“No documento que foi apresentado para a Polícia Federal consta que todas despesas que ele ia ter aqui era por conta dele. Ele recebeu, assinou, deu entrada no consulado com esse documento, dizendo que as pessoas com passagem e alimentação era por conta dele aqui”, afirma Emerson Luís.
Segundo o técnico, ele possui todos os documentos que comprovam a versão dele dos fatos. Disse, ainda, que todo o processo para o adolescente retornar à Suécia está sendo resolvido, pois a mãe do jogador vai passar por uma cirurgia e ele não teria se adaptado ao Acre.
“Ele quer ir para casa, porque parece que a mãe dele vai passar por uma cirurgia. Também tem a questão de ele estar longe de casa, sozinho aqui, não tem parentes, não conhece, a gente não fala língua dele. Ele não conseguiu se adaptar”, conta o técnico.
Sobre a suposta tentativa de tráfico humano, Emerson Luís salientou que é inverídico, porque ele foi o único responsável por trazer o adolescente. De acordo com o técnico de futebol, ele conheceu o jogador através de um amigo do jovem, também sueco, que já jogou no time acreano.
As autoridades temem que este caso revele um esquema maior, onde jovens são atraídos ao Acre com promessas de fama e dinheiro no futebol, mas ao chegarem, encontram uma realidade bem diferente. O Ministério Público também foi acionado e pretende agir rapidamente para impedir que mais jovens sejam iludidos.
O adolescente sueco havia aceitado a proposta na esperança de ganhar dinheiro para pagar a cirurgia de sua mãe, que está doente. Atualmente, ele está sob a proteção do Conselho Tutelar enquanto a polícia planeja começar a ouvir os envolvidos no caso nas próximas horas.
A Polícia Civil e o Ministério Público estão determinados a desmantelar qualquer esquema fraudulento e proteger outros jovens de serem enganados por promessas falsas. As investigações prosseguem, e mais informações deverão ser divulgadas em breve.
Matéria produzida em vídeo pelo repórter Adailson Oliveira para TV Gazeta