Alunos ingressantes do segundo semestre, que se deslocaram do interior do estado para Rio Branco na esperança de receberem o auxílio emergencial de R$400,00, agora se encontram sem meios de se sustentarem até o início das aulas.
Débora Menezes, estudante de Cruzeiro do Sul, é uma dessas alunas em situação de vulnerabilidade. “Eu sou aluna ingressante do segundo semestre, estou desempregada atualmente, não tenho nenhum benefício da Ufac, porque não me qualifico no pré-requisito do edital, que exige a matrícula curricular. Abri um requerimento, falei com a reitoria, mas todos lavaram as mãos para o meu caso. Estou matriculada na Ufac, mas não posso participar do edital e não temos acesso a nada, apenas ao RU”, diz.
Por outro lado, o pró-reitor de Assuntos Estudantis da Ufac, Isaac Silva, explica o embasamento jurídico por trás da situação. Segundo ele, o item 4.1 do edital do Programa de Auxílio Emergencial exige que o aluno esteja matriculado em pelo menos uma disciplina do curso de graduação. “Nós não podemos atender à demanda desses estudantes, pois não possuem o requisito necessário. Eles só começam a cursar as disciplinas no segundo semestre letivo de 2024, que ocorrerá em novembro, e por isso, neste momento, não possuem a matrícula curricular, apenas a institucional”, esclarece Isaac.
A Associação dos Docentes da Universidade (Adufac), sensibilizada com a causa dos alunos, está prestando apoio aos estudantes. A presidenta da associação, Letícia Mamed, afirma que estão mapeando quantos alunos se encontram nessa situação para orientá-los da melhor maneira possível. “O que nos cabe, neste primeiro momento, é um apoio político à reivindicação legítima desses alunos. Entendemos as dificuldades administrativas, mas vamos tentar dialogar com outras instituições do circuito federal para encontrar alternativas”, declara.
Débora reconhece que o período de greve atrapalhou, mas critica a falta de comunicação e clareza por parte da reitoria. “Você precisa pagar, se alimentar, de transporte e toda a manutenção que a Ufac não oferece até você estar matriculado. Chegamos aqui e ficamos desamparados. Houve falta de comunicação por parte da reitoria, e ninguém se responsabiliza”, conclui a estudante.
A situação dos alunos ingressantes na Ufac ainda permanece sem solução definitiva, enquanto a comunidade acadêmica busca alternativas para apoiar os estudantes em vulnerabilidade.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Marilson Maia e estagiária Vitória Messias para TV Gazeta.