Educadores da rede municipal de ensino de Rio Branco iniciaram uma greve geral por tempo indeterminado. A paralisação teve início com manifestação em frente à Prefeitura, na Praça da Revolução, e afeta o funcionamento de creches e demais unidades escolares.
A mobilização é liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), que denuncia a ausência de avanços em pautas consideradas prioritárias para a categoria.
Entre as principais reivindicações estão o reajuste do piso do magistério, a aplicação do índice inflacionário na tabela salarial, o cumprimento da oratividade prevista em lei, auxílio-alimentação, auxílio-saúde e a manutenção da lei que assegura a complementação da contribuição previdenciária ao RBPrev.
De acordo com a presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, as pautas vêm sendo discutidas desde 2024 com a gestão municipal, sem avanço significativo.
“A categoria deliberou pela greve por conta da intransigência e da falta de resposta da Prefeitura. Não podemos abrir mão de direitos que estão garantidos em lei federal e que não ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirma Rosana.
Ela também criticou o que classifica como tratamento desigual entre os servidores: “Enquanto os professores têm reajustes negados com a justificativa de ultrapassagem do limite prudencial, os secretários municipais receberam aumento de quase 100%, com impacto de R$10 milhões na folha da Prefeitura”.

Resposta da gestão municipal
Em resposta, o vice-prefeito e secretário municipal de Educação, Alysson Bestene, reconheceu o direito à manifestação, mas destacou os limites fiscais da administração.
Segundo ele, a Prefeitura aguarda a finalização do Relatório de Gestão Fiscal do primeiro quadrimestre, a ser publicado em 31 de maio, para avaliar a viabilidade de atender às reivindicações sem comprometer a responsabilidade fiscal do município.
“Estamos com uma comissão permanente de negociação e pedimos ao sindicato que aguarde até o dia 10 de junho, quando poderemos apresentar uma proposta com base nos números atualizados. O diálogo permanece aberto”, afirma Bestene.
O secretário de Administração reforçou que o município se encontra próximo do limite de gastos com pessoal previsto na legislação, o que impõe restrições para novas despesas. Ainda assim, a gestão não descarta a possibilidade de rever as contas e, havendo margem, retomar as negociações.
Enquanto isso, o movimento grevista segue mobilizando educadores na capital acreana, com indicativo de intensificação nos próximos dias.
Com informações do repórter João Cardoso, para TV Gazeta
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