No setembro amarelo, quando todo mundo lembra que ansiedade, depressão e a correria da vida moderna tem deixado muita gente doente, estou a pensar nos amores de Zygmunt Bauman.
Em Amor Líquido no fim do prefácio ele escreve: “Este livro é dedicado aos riscos e ansiedades de se viver junto, e separado, em nosso líquido mundo moderno.”
Vivendo em um dito mundo moderno de conexões, conectividade, todo mês tem um, dois, três temas importantes para a sociedade. E, não me condene, há temas demais para ações de menos.
Não é um laço amarelo, verde, rosa, roxo e afins que vai chamar, de fato, atenção para temas tão importantes como a saúde mental para ficar no setembro amarelo.
Mais importante que o laço na lapela são os laços que construímos com aqueles que estão ao nosso lado. Na vida moderna a gente constrói ou destrói amizades na velocidade de um clique na rede social.
Basta desfazer a amizade, um unfollow ou um block e “adeus” àquela pessoa impertinente que nos magoou, nos traiu ou simplesmente deixou de ser importante por uma série de pequenos motivos.
Já era a melhor amizade da última semana. É a pressa, o stress do dia-a-dia que nos leva a excluir amizades como se exclui spam na caixa de e-mail (quem ainda usa caixa de e-mail?).
E se nos desconectamos do outro via rede social, qual a conexão que mantemos com o colega do lado? Aliás, você sabe, de verdade, como vai seu colega de trabalho que senta ao lado? Ou vocês se comunicam mais por aplicativos de mensagens do que em conversas reais?
Nesse mundo líquido e ansioso, gostaria de chamar sua atenção para amizades sólidas. E uma preocupação genuína com o teu próximo. Talvez ele esteja ansioso, deprimido…
Ou talvez só queira mesmo um bom dia real para perceber que apesar do calor, da baixa umidade do ar e da fumaça, a vida vale mais que uma mensagem no grupo da firma só pra dizer ao chefe que você está interagindo .
Que você possa começar a semana que se avizinha olhando melhor para o teu próximo é que seus laços com ele se estreitem e não sejam só um laço amarelo perdido na lapela.