Todos os sindicatos ligados à área da saúde no Acre estão unidos em uma mobilização inédita para cobrar do governo estadual a implementação do novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), que está há 25 anos sem atualização. A categoria promete a deflagração de uma greve geral caso não haja avanços nas negociações.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) chegou a contratar uma empresa especializada para elaborar o novo plano e realizou rodadas de reuniões com os representantes sindicais para alinhar o projeto. Nos últimos encontros, ajustes importantes foram feitos, como a correção dos valores das gratificações que serão incorporadas aos salários e a revisão do piso salarial para servidores da área administrativa de nível superior, que atualmente é superior ao piso da assistência.
Apesar do diálogo com a Sesacre, o clima entre os sindicalistas é de apreensão. A maior preocupação é que a Casa Civil barre reajustes e outros pontos benéficos do plano sob a alegação de falta de recursos. O PCCR, antes de entrar em vigor, ainda precisa ser aprovado pela Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) e, em seguida, sancionado pelo governo.
Os sindicatos reivindicam uma resposta urgente. Há mais de um ano o plano vem sendo discutido, mas até agora não houve conclusão. Diante do impasse, a categoria ameaça deflagrar uma greve que atingiria todos os setores da saúde, mantendo apenas 30% dos serviços essenciais — o que poderia agravar ainda mais a situação do sistema de saúde pública, já considerado precário pela população.
A coletiva de imprensa para detalhar a mobilização acontece nesta segunda-feira, a partir das 9h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac), em Rio Branco. O anúncio contará com a participação de oito sindicatos da área da saúde, reforçando a unidade do movimento diante do descumprimento de acordos e da demora na efetivação do novo PCCR.
Com informações adicionais do repórter Adailson Oliveira