Paulo Barbosa Pacheco, aposentado, espera por uma cirurgia na uretra há 13 anos. Em denúncia à TV Gazeta, ele conta que desde um acidente de carro em 2001, que o levou a uma operação urgente em Brasília, os problemas de saúde persistem, com complicações que o acompanham nessa mais de uma década.
Após o acidente e a cirurgia inicial, Pacheco enfrentou complicações que o levaram a dezenas de medicamentos e diagnósticos que indicaram a necessidade de uma nova intervenção em 2011. No entanto, desde então, as tentativas de realização da cirurgia têm sido frustradas, o que gerou um ciclo de espera e sofrimento para o aposentado.
Ele relata a situação com desespero, com ênfase à presença constante de uma bolsa de colostomia desde 2018 e a dependência de medicamentos para lidar com as dores decorrentes do problema na uretra. Mesmo com participação de mutirões de cirurgias e tentativas de procedimentos na Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre), a complexidade do caso sempre o leva a uma fila de espera.
“Eu estou cansado de esperar, porque já estou com a barriga funda de tanto usar sonda. Desde 2018 que foi colocada uma sonda aqui na minha barriga. Aí estou esse tempo todinho, porque ela fechou, foi estreitando. Eu fiz a última cirurgia em 2002, em Brasília, fora do estado, pelo TFD. Aí foi estreitando, estreitando, e eu falando para o doutor que estava estreitando a minha urina”, explica o aposentado.
Após mais de uma década de incertezas, o aposentado buscou realizar um exame de uretrocistografia em uma clínica particular, com recursos da própria aposentadoria, na esperança de acelerar o processo para a cirurgia. No entanto, a resposta negativa da Fundação Hospitalar, que o serviço não é oferecido pelo Estado, aumenta a incerteza sobre o desfecho do caso.
“Eu já estou cansado de esperar por isso. É um sofrimento. Eu ando de moto, eu ando de tudo. Mas aqui e acolá eu estou pegando infecção. Eu tive de tirar dinheiro do bolso, arrumando com meus filhos, com meus pessoal, para poder fazer esse exame. E agora, graças a Deus, que eu já tenho o dinheiro do exame, para ver se essa minha cirurgia sai o mais rápido possível”, comenta.
A rotina de Paulo é marcada pela busca incansável por atendimento, troca de bolsas de colostomia e luta contra infecções recorrentes, enquanto aguarda por uma solução para o problema de saúde. O desafio de acessar o sistema de saúde público e obter o tratamento adequado evidencia a complexidade e as falhas do sistema.
A história reflete não apenas a própria luta, mas também as lacunas e desafios enfrentados por muitos pacientes no sistema de saúde, que carece de respostas e soluções eficazes para casos como este.
Nota da Sesacre
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) afirma acompanhar o caso de perto e que vai tomar as providências necessárias para que a cirurgia ocorra o mais rápido possível.
Leia a nota na íntegra.
Em relação ao caso do senhor Paulo Barbosa Pacheco, informamos que a Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) e a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) estão acompanhando de perto a situação e tomando as devidas providências para que a cirurgia do paciente ocorra o mais breve possível devolvendo, desta forma, a qualidade de vida do Sr Paulo. Reforçamos, ainda, que estamos mantendo contato direto com o paciente para auxiliá-lo no que for necessário.
Matéria produzida em vídeo pelo repórter Adailson Oliveira para a TV Gazeta