Às custas do povo
O deputado Jamyl Asfury (PEN) tem se mostrado nos últimos meses um verdadeiro desserviço para a sociedade acreana. Eleito para defendê-la, o parlamentar dá as costas aos interesses do povo e se volta única e exclusivamente aos anseios nada republicanos do governo Tião Viana (PT) dentro da Aleac (Assembleia Legislativa do Acre). Rejeição unânime entre seus 23 colegas de plenário, Jamyl Asfury, que tinha tudo para ser um dos grandes nomes no Parlamento, se apequena diante de sua postural serviçal ao Palácio Rio Branco e coloca ainda mais na lona a já maculada Casa do Povo.
Soberania
Esta postura de Asfury chegou ao limite na sessão de ontem, durante os debates sobre a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das emendas impositivas. Um direito legítimo do Parlamento previsto nas Constituições federal e do Acre, ele joga na vala comum a soberania do Parlamento ao falar em consultar o governador quanto a esta matéria.
Custos
Jamyl Asfury deve ter esquecido o princípio constitucional da independência dos poderes –só ficou na memória a harmonia exacerbada. A Aleac não tem que consultar governo de nenhum partido para aprovar matérias de seu interesse ou da sociedade acreana. A Assembleia é o mais legítimo dos poderes.
Complacência
É por conta de deputados como Jamyl Asfury e companhia que a Aleac se transformou numa braço do Executivo nos últimos anos. Há tempos o plenário não exerce suas funções constitucionais de fiscalizar e cobrar do Executivo a correta e eficaz aplicação das políticas públicas.
Os cúmulos do absurdo
A Assembleia acreana não tem legitimidade nem mesmo para aprovar PECs ou pedidos de investigação em meras suspeitas de malversações nas secretarias. CPIs, então, nem se fala. Este instrumento poderia ser facilmente extinto do regimento interno. O mais lamentável é saber que o pobre povo do Acre é quem sustenta todo esse luxo dos 24 deputados.
Céu sem brigadeiro
A base governista rejeitou ontem, por exemplo, o requerimento de Wherles Rocha (PSDB) sobre o uso do helicóptero João Donato nos últimos 30 dias. O tucano quer saber se a aeronave serviu como “táxi de luxo” durante o Festival Yawa. “Esta atitude só faz aumentar as minhas suspeitas de que há o mau uso desta aeronave pelo governo”, diz o deputado.
Pontos nos is
Talvez tenha sido mal interpretado quando falei que a candidatura de Alércio Dias ao Senado era blefe. Ele até pode concorrer, mas não terá condições de disputar em pé de igualdade com os três nomes que estarão na dianteira: Perpétua Almeida (PCdoB), Gladson Cameli (PP) e Anibal Diniz (PT).
Pontos nos is 2
Se ele vier a ser candidato será apenas para preencher chapa no grupo Bocalom-Petecão para obter registro no TRE. A falta de estrutura desta coligação não lhe permitirá ser um nome competitivo, por isso a candidatura seria um blefe diante deste acirrado processo eleitoral.
Insistência
Informações dão conta de que o grupo de Tião Bocalom (DEM) continua a bater na porta de Gladson Cameli (PP). Desta feita as ameaças são de que o ex-prefeito de Acrelândia se lançará ao Senado para fazer frente a Gladson entre os eleitores da oposição. “No fundo querem fazer uma chantagem com o Gladson só para ver se obtêm alguma vantagem”, diz um membro do PSDB.
Lucros
Todos sabem que campanha eleitoral é uma boa fonte de recursos. A cada ano elas se tornam mais profissionais e caras, exigindo soma de recursos volumosa. Muitos saem derrotados nas urnas, mas com o caixa abastecido.
Dividendos
No Acre sabemos que desde 2008 alguns políticos (em especial da oposição) não deixam de participar de uma disputa majoritária, mesmo tendo noção da derrota, mas de olho nos lucros. Este jogo de indecisão no grupo de Bocalom e Petecão –uma hora sendo candidato ao governo ou ao Senadp – só enfatiza que os interesses particulares estão acima do Acre.
Conversas
O deputado Henrique Afonso (PV) está em conversas constantes com assessores de Marina Silva (PSB). O pré-candidato ao governo tenta obter por meio da ex-ministra o apoio do PSB a sua candidatura no Acre. Marina pode ser uma boa interlocutora junto ao presidenciável Eduardo Campos (PE).
Boa medida
O governo, em parceria com o Ministério da Justiça, lança nesta quinta importante programa de combate ao crack, uma droga de efeitos devastadores nos dependentes, na família e na sociedade. É preciso união das forças entre os governos e entidades para este enfrentamento que se faz cada vez mais necessário.
Made in Acre
Muita polêmica em torno da visita da comitiva chinesa ao Acre. Os críticos dizem que o governo fez muita propaganda surreal. Mas algo de concreto o Acre tem a oferecer: a nossa carne. Já somos um dos maiores exportadores de carne bovina do país, e a China tem um bilhão de bocas para alimentar. Um território fértil para o Estado investir.
No campo
Também temos terras boas para se investir no plantio de grãos, sem precisar entrar na floresta. Recuperar as áreas degradadas e investir no plantio de alimentos desejados pelos chineses pode ser uma boa solução a longo prazo, mas primeiro temos que pensar no mercado interno para reduzir nossa dependência da importação de alimentos.