Depois que a tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Acre (Sinteac) Maria das Graças França foi afastada das funções por suspeita de desvios, o ex-presidente e a atual presidente do sindicato parecem não se entender mais. De um lado, Rosana Nascimento acredita que o desentendimento tem razões políticas para destituí-la da Cut, enquanto Manuel Lima nega que tenha rebatido acusações à sindicalista.
O secretário de articulação comunitária da prefeitura de Rio Branco, Manuel Lima vai protocolar um pedido de sindicância no Sinteac depois que sua gestão foi questionada. Ele quer comprovar que nos 6 anos em que esteve à frente do sindicato, a contribuição mensal dos professores foi gasta de forma responsável. “Eu nunca fui questionado por desviar um copo descartável”, salienta.
As suspeições de corrupção no caixa do Sinteac começaram depois que a tesoureira da entidade, Maria das Graças França, foi afastada das funções. A atual presidente Rosana Nascimento, explica que a medida foi necessária para investigar denúncias de desvio de recursos.
Segundo ela, a tesoureira afastada na segunda-feira, 28, teria feito pagamentos indevidos e emprestado dinheiro do Sinteac sem autorização da diretoria.
De acordo com Rosana a funcionária também trabalhou na tesouraria do sindicato durante a gestão de Manuel Lima e ainda atuava sobre a liderança dele. Rosana também comentou sobre seu posicionamento político, afirmando que é simpatizante do PT, mas sabe separar as lutas da categoria. “Eu Rosana, enquanto cidadã tenho minha opção política, partidária, independente de ser presidente da CUT ou Sinteac nunca misturei as coisas”, disse.
A presidente do sindicato acredita que existe um complô contra ela, afirmando que outro membro da atual diretoria do Sinteac atua sobre a influência de Manuel Lima. Nascimento acredita que o objetivo é denegrir sua imagem e também destituí-la da CUT, onde ela também é presidente.
O Sinteac é o maior sindicato do Estado, tem cerca de 10 mil filiados e um orçamento invejável. Mas Rosana acredita que a disputa não é o Sindicato dos professores e sim a CUT. A Central única dos trabalhadores renderia futuramente muitos votos à Manuel Lima, por que abriga as principais liderenças sindicais do Estado. “Nós iriamos ter uma plenária e esse grupo pretendia me tirar da presidência da Cut”, explicou.
Manuel afirma que nunca acusou Rosana de nada e as pessoas que compõem a atual diretoria do Sinteac foram convidadas pela própria presidente. Lima também garante que não tem objetivos políticos na CUT, onde também já foi presidente, pelo período de 6 anos. “Estou focado no trabalho da prefeitura agora. A única coisa que eu posso dar se alguém precisar é um conselho, minha humilde contribuição”, disse Manuel Lima.