Deputada federal Érika Kokay (PT-DF) preside a Comissão
A CPI da Câmara Federal que investiga crimes de pedofilia e exploração sexual de menores esteve no Acre nesta segunda-feira, 7, para ouvir autoridades do estado e pessoas que foram vítimas de abuso sexual.
Os integrantes da CPI se reuniram na Assembleia Legislativa. Às portas fechadas, a CPI colheu depoimentos de vítimas de abuso sexual. Jornalistas foram convidados a se retirar do prédio da Assembléia. A deputada Antônia Lúcia(PSC), que propôs a vinda da CPI ao Acre reagiu:
“Isso aqui é uma aberração, cercear o direito que a imprensa tem . Porque o povo não pode saber o que esta acontecendo aqui? Vai ficar sabendo sim”, declarou a deputada.
Entre os problemas investigados pela CPI no Acre, está a suposta existência de mais de 100 casos de adolescentes com idades entre 10 e 14 anos que deram à luz na Maternidade Bárbara Heliodora, isso em um período de um ano. Também há relatos de que nesse período foram registrados mais de 150 abortos em adolescentes com idade entre 14 e 16 anos. Todos os casos deveria estar sendo investigados pela Polícia Civil, o que não estaria acontecendo.
Entre as autoridades do estado foram convocados a depor na CPI o secretário estadual de Segurança Pública, Reni Graebner, o secretário de Polícia Civil, Emylson Farias, o defensor público geral do estado, Dion Nóbrega, a diretora da maternidade pública de Rio Branco, e um dos diretores da secretaria estadual de saúde.
“ Há uma conivência sim do poder político. Nos já enfrentamos isso em vários estados. Se precisar indiciar, eu como relatora vou indiciar sim os culpados por essas redes, principalmente aqueles do governo, porque os Eca diz que o governo tem que dar assistência às nossas crianças”, declara a relatora da CPI, deputada federal Liliam Sá (PSD/RJ).
Segundo a presidente da CPI, deputada federal Érika Kokay(PT-DF) o objetivo da comissão no Acre é fazer um amplo diagnóstico da situação envolvendo redes de exploração sexual de menores, e crimes de pedofilia. O estado é o segundo no ranking nacional de denúncias do disque 100, o serviço que atende vítimas de crimes sexuais.
“ Há indícios de que existe uma rede de atuação na Amazônia, e que essa rede este também aqui no Acre”, declarou a presidente da CPI.