O Banco Central fez uma série de revisões, a maioria para cima, para os preços administrados em 2013. Apesar disso, a autoridade monetária reduziu a estimativa para esse conjunto de preços este ano de 1,8% para 1,3%. Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado ontem pelo Banco Central, a projeção de reajuste para o preço da gasolina subiu de 5% no documento anterior para 5,4% agora, depois do aumento promovido pela Petrobras.
Outra mudança relevante foi a do aumento do gás de botijão, que passou de uma previsão de elevação de 2,5% este ano para 6,2%. Na telefonia fixa este ano, a previsão passou de -1% para -0,9%. Para os preços de eletricidade, o BC manteve a previsão de queda de 16% em 2013.
Para 2014, o BC manteve a expectativa de alta de 4,5% para os preços administrados, conforme já constava no RTI anterior. Para o acumulado do ano que vem, a projeção da autoridade monetária considera hipóteses de estabilidade dos preços da gasolina, do gás de botijão e das tarifas de telefonia fixa.
Para o setor de eletricidade, o BC conta com um aumento de 7,5% das tarifas. O Banco também manteve a expectativa de alta dos itens administrados por contrato e monitorados para 2015 em 4,5%, mesmo valor considerado no último relatório.
Selic
O alto nível de inflação, os salários crescendo acima da produtividade e a volatilidade dos mercados financeiros são elementos que fazem o Banco Fator acreditar que o Comitê de Política Monetária elevará mais uma vez a taxa básica de juros, a Selic, dos atuais 10% ao ano para 10,25%
“Persistem os comentários usuais sobre o alto nível de inflação, resistência da mesma, forte indexação, salários crescendo acima da produtividade, entre outros. Ademais, existe explícita referência à volatilidade nos mercados financeiros, visível na forte inclinação da curva de juros, principalmente nos EUA”, justificou o Banco Fator em análise distribuída a clientes,
após a divulgação do RTI.
Na avaliação da Votorantim Corretora, os sinais de desconforto que o BC deixou transparecer com a evolução dos preços no Relatório do quarto trimestre indica que o ciclo de aperto monetário deve continuar. A instituição esperava que a alta para 10% na reunião de novembro fosse a última do processo de elevação dos juros, mas, após o RTI, a Votorantim pretende mudar sua expectativa. Segundo ela, “provavelmente” a Selic terá mais um aumento de 0,50 ponto porcentual e outro de 0,25 ponto no ano que vem, com a taxa fechando 2014 em 10,75%.