O cacique Iskukua, da Aldeia Nova Esperança, situada no município de Tarauacá, no Acre, na última quinta-feira (28), se pronunciou sobre uma operação realizada na Terra Indígena Rio Gregório após denúncias de supostos atos de violência na Aldeia Katukina por uma organização criminosa. Dentre as informações recebidas, as denuncias apontavam para abusos sexuais contra mulheres e a crianças da comunidade. Contudo, a mobilização das forças de segurança constatou que essa denúncia não procedia.
Em vídeo divulgado na quarta-feira (27), o cacique agradeceu a resposta rápida das autoridades, mas destacou que também foi vítima de informações falsas repassadas pela própria comunidade. “Graças a Deus, o que foi repassado, o que disseram que houve abuso, estupros, isso não foi verdade. Eu também fui enganado com essa informação e repassei ela dessa forma”, declarou.
A operação contou com a presença da Polícia Federal, Polícia Militar e Polícia Civil, que se deslocaram até o local para investigar as denúncias. Iskukua relatou ter viajado por mais de 14 horas de Rio Branco até a aldeia para acompanhar a situação de perto e destacou a importância da articulação entre os órgãos de segurança e a liderança indígena.
Apesar da inexistência dos crimes inicialmente denunciados, o cacique alertou para a presença de indivíduos suspeitos na região. “Ainda tem, sim, meliantes dentro do nosso território. A história não aconteceu como foi repassada para a gente, a tensão diminuiu. Contudo, ela não passou, porque ainda estamos vulneráveis”, afirmou.
Iskukua explicou que as informações sobre os supostos crimes chegaram a ele por meio de membros da própria comunidade, mas foram desmentidas durante os questionamentos feitos pela polícia no local. O cacique reconheceu os erros na comunicação, mas defendeu seu papel como líder ao buscar apoio das autoridades para garantir a segurança da aldeia.
“Estou sendo chamado de mentiroso, mas esse é o meu papel. Sou uma pessoa que tem preocupação com o espaço, com a comunidade em que vivemos. Fiz o que fiz para ajudar as pessoas. Contudo, reconheço que também fui enganado com algumas informações”, desabafou.
Embora a operação tenha descartado os crimes denunciados, o cacique enfatizou que a comunidade continuará em alerta e seguindo as orientações da Polícia Federal para reforçar a segurança. “Vamos continuar em vigília, fazendo o nosso papel de vigilância dentro da própria comunidade. Não sabemos se os meliantes se evadiram ou se continuam no território”, concluiu.



