A Polícia Civil do Acre afirmou, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (25), que já identificou suspeitos que estavam no local do homicídio ocorrido na tarde de segunda-feira (24), na Cidade do Povo, em Rio Branco. A informação foi divulgada pelos delegados Alcino Júnior e Leonardo Ribeiro, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo a investigação, o crime estaria ligado a um boato de que uma mãe teria matado sua filha recém-nascida. No entanto, os delegados esclareceram que o homicídio foi cometido por membros de uma organização criminosa e não se tratou de um linchamento popular.
“Começamos a ouvir algumas testemunhas e hoje continuamos ouvindo outras pessoas. O que temos até agora é essa motivação, e está meio que confirmado que o crime aconteceu em decorrência da suposta morte da criança e que foi cometido por uma facção criminosa”, afirmou o delegado Leonardo Ribeiro.
Embora a polícia já tenha identificado suspeitos que estavam no local do crime, a investigação segue em sigilo para não comprometer os próximos passos. “Já temos alguns suspeitos que estariam no local. Não podemos dizer que executaram, mas, por se tratar de uma investigação sigilosa, não podemos revelar mais detalhes para não atrapalhar o andamento das diligências. O que podemos afirmar é que há envolvimento de uma organização criminosa”, completou Ribeiro.
Ao ser questionado sobre a segurança pública na Cidade do Povo, local do crime, o delegado Alcino Júnior destacou que a atuação da polícia na região tem resultado em diversas prisões, mas ressaltou que a presença do Estado deve ir além da segurança pública.
“A Cidade do Povo tem sido um lugar onde efetuamos diversas prisões e responsabilizações. Mas a questão é a presença do Estado dentro desses lugares. Não se trata apenas de polícia ou segurança pública, e sim da presença do Estado enquanto poder. Quando tratamos desse tema, que parece ser apenas de segurança pública, na verdade estamos falando da ausência de políticas públicas em várias áreas”, disse Alcino.
O delegado alertou que, em contextos como esse, muitas vezes a população acaba recorrendo à liderança do crime organizado para resolver problemas locais, o que pode gerar ainda mais violência. “Em alguns casos, tem-se a ideia de que compensa procurar a liderança daquele lugar para resolver problemas. Mas essa mesma liderança impõe sua própria justiça, executando pessoas que buscam ajuda”, concluiu.
A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar todos os envolvidos no homicídio e esclarecer os detalhes do crime. Qualquer informação que possa auxiliar nas buscas pode ser repassada anonimamente pelo WhatsApp (68) 99912-2964 ou 181. O sigilo é garantido.