O nível do Rio Acre continua subindo e já ultrapassou a cota de transbordo em Rio Branco. De acordo com o boletim da Defesa Civil Municipal, divulgado na manhã desta segunda-feira (10), a medição das 5h55 registrou 14,35 metros, cinco centímetros acima da marca de transbordo, que é de 14 metros. Nas últimas 24 horas, choveu 5,8mm na capital.
Diante do agravamento da situação, o governador Gladson Cameli se reuniu com órgãos estaduais para alinhar ações de resposta à cheia e decretou situação de emergência em outras regiões afetadas, como os vales do Juruá, Purus e Envira. O decreto tem validade de 180 dias.
“Agradeço toda a equipe de governo. Determinei que procurassem todas as prefeituras. Estamos assinando o decreto de estado de emergência para não perdermos tempo, porque tempo é vida, como sempre digo. Todo o sistema público do estado está empenhado: secretarias, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar, todos atentos. Irei a Brasília e já solicitei audiência com o ministro da Integração para tratar desse assunto. O que está previsto, temos que antecipar para evitar prejuízos maiores para a população”, declara o governador.
A Defesa Civil monitora constantemente o nível do rio, que apresentou a seguinte variação ao longo do dia anterior:
– 6h: 14,06m
– 9h: 14,13m
– 12h: 14,20m
– 15h: 14,25m
– 18h: 14,30m
O último balanço divulgado pelo órgão apontou que, até a noite de ontem, 47 pessoas estavam desabrigadas, 11 desalojadas e 13 bairros haviam sido atingidos pela cheia do rio.
Moradores das áreas ribeirinhas enfrentam dificuldades com ruas interditadas pela água, principalmente nos bairros da Base, Cadeia Velha, Seis de Agosto, Habitasa e Morada do Sol. A situação reforça a necessidade de medidas preventivas e políticas habitacionais que garantam moradias seguras para famílias que vivem em áreas de risco.
A maior cheia da história do Rio Acre foi registrada em 2015, quando atingiu 18,40 metros. Desde então, as inundações deixaram de ser eventos esporádicos e passaram a ocorrer com frequência anual, exigindo ações cada vez mais urgentes das autoridades.