O município de Rio Branco enfrenta, desde as primeiras horas da madrugada desta quarta-feira (17), um grande volume de chuva. Mais de 70 milímetros foram registrados pela Defesa Civil do município até as 5h, o que fez com que os 268 mm esperados para o mês de dezembro fossem ultrapassados, chegando a mais de 285 mm. A média diária prevista para o período é de 8,9 mm.
Na última quarta-feira (10), o nível do Rio Acre chegou a atingir 10,19 metros, mas, no dia seguinte, começou a diminuir e seguiu em queda até esta terça-feira, quando marcou 6,14 metros. No entanto, devido ao volume considerável de chuva, até a última medição feita pela Defesa Civil, às 5h desta quarta, o nível subiu para 6,30 metros.
Outro fator destacado pela Defesa Civil do município é que, a cada hora de chuva, o volume registrado equivale a um dia inteiro de precipitação previsto para dezembro. “Nós estamos desde cedo na rua fazendo monitoramento dos igarapés, que é outra preocupação da Defesa Civil, porque eles têm subida rápida e súbita e isso pode fazer com que transbordem. Mas, até o momento, não registramos nenhum ponto de transbordamento dos igarapés”, explicou o coordenador da Defesa Civil e tenente-coronel Cláudio Falcão.
Apesar da situação, os igarapés apresentam uma elevação considerável no nível das águas devido à grande quantidade de chuva ininterrupta. A maior preocupação é com o igarapé da Estação de Tratamento de Água (ETA), que compõe a região da Baixada da Sobral, assim como o São Francisco, que faz parte de uma bacia, e o igarapé Batista.


“Nós estamos monitorando constantemente, planejando todo o socorro para aquelas famílias que tiveram suas casas inundadas, para poder levar material de limpeza e restabelecer. Nós avisamos no dia de ontem que haveria chuvas intensas, para que a população monitore o seu local de moradia e, ao perceber a água se aproximando, seja por alagamento ou transbordamento de córrego, comece a agir, elevando seus móveis, de maneira que possa preservar o seu patrimônio material”, alertou Falcão.

Segurança
O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco também fez um alerta sobre a segurança, já que houve registro de suspensão de energia elétrica em alguns bairros da capital, situação que foi restabelecida. “Nós temos residências com energia elétrica e com água dentro de casa, e isso acaba se tornando um risco para o morador. Precisamos da colaboração da população nesse momento de adaptação”, disse.
O tenente-coronel afirmou que, até o momento, não há recomendação para remoção de famílias, pois, a partir do momento em que a chuva cessa, o alagamento tende a diminuir. Com isso, a Defesa Civil atua para restabelecer as condições do local, permitindo que os moradores continuem habitando os imóveis de forma segura.
“É claro que quando se trata de um risco maior de desmoronamento ou deslizamento de terra, essa família será removida pela Defesa Civil e abrigada. Mas de qualquer forma, deixamos essas informações agora e dizer que para o restante do mês, para o restante da semana, a previsão é de chuvas continuadas. Então, transtornos como esse podem voltar a ocorrer”, explica.
“É claro que, quando se trata de um risco maior de desmoronamento ou deslizamento de terra, essa família será removida pela Defesa Civil e abrigada. Mas, de qualquer forma, deixamos essas informações agora e reforçamos que, para o restante da semana e do mês, a previsão é de chuvas continuadas. Então, transtornos como esse podem voltar a ocorrer”, explicou.
Cuidados e alertas
Neste período de chuvas intensas, os cuidados precisam ser redobrados, especialmente para quem vive em áreas de risco próximas a igarapés. A Defesa Civil de Rio Branco aponta que 86 bairros apresentam algum grau de vulnerabilidade.
“Observe, monitore, veja a condição da sua moradia e o risco de, em momentos de chuva intensa, ocorrer uma enxurrada que possa invadir sua casa. Se proteja. E, caso necessite, ligue 193 para acionar a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros”, alertou o coordenador.
A projeção é de que 2026 comece com alto risco de transbordamento, embora 2025 ainda não tenha terminado e o nível do Rio Acre já tenha ultrapassado os 10 metros.
“Nós temos muita água na bacia descendo para Rio Branco, ao mesmo tempo que nós já temos vazante na bacia, nós já temos o início de enchente novamente lá em Assis Brasil, então a gente não pode desprezar o mês de dezembro. Nós temos um pequeno índice de transbordamento no mês de dezembro. Tem registro de transbordamento e também, se isso não acontecer, a gente já entra com o sinal amarelo ligado. Nós já entraremos no ano de 2026 com um nível alto e sem uma segurança de calha de rio que pode, dependendo da situação, pode transbordar”, finaliza o o tenente-coronel.



