Contas ainda não foram reprovadas, elas vão ser analisadas pelos outros conselheiros do TCE
O relatório e o voto da conselheira Naluh Gouveia estão prontos desde o dia 22 de julho desse ano. O pedido é pela emissão de parecer desaprovando as contas do ex-governador Tião Viana, do PT, relativas a 2018, seu último de governo.
A conselheira encontrou muitas divergências, o que pode colocar Tião Viana na lista dos fichas sujas, deixando o político inelegível e ainda aplicando multas. Em 2018 o estado teve um orçamento de R$ 6,6 bilhões. Quando deixou o governo em dezembro daquele ano, Tião Viana deixou em conta apenas R$ 23 milhões, mas no relatório da prestação de contas ele apontou um saldo de R$ 467 mil.
A equipe que enviou a prestação de contas chegou a criar um orçamento paralelo, sem falar com o Legislativo. Na verdade, eram dados falsos que só serviram para aumentar o déficit do estado. Assim também como não apareceram cheques em que o estado receberia R$ 379 mil. No final havia um déficit de R$ 65 milhões.
Durante 2018 foram usados mais de R$ 4 bilhões, ou 61% do orçamento, com salários de trabalhadores, mas a prestação de contas deixou de colocar todos os salários dos servidores do Pró-Saúde. Se tivesse seguido a lei, as contas apontariam um gasto muito maior com pagamentos dessas pessoas.
Em compensação, o governo gastou a menor taxa em um dos setores mais carentes do estado, a Saúde. A lei obriga o gasto mínimo de 25%, mas o estado chegou a 23,87%, por isso havia uma crise tão grande no atendimento dos hospitais.
As contas do ex-governador ainda não foram reprovadas, elas vão ser analisadas pelos outros conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC). O voto negativo veio da relatora, e quando o processo voltou para ser votado, o conselheiro Antônio Cristóvão pediu vistas e parou a votação. Então, quando ele colocar novamente para ser votado é que os conselheiros vão decidir.
Nossa equipe procurou o ex-governador do Acre, Tião Viana, para se manifestar sobre o caso, mas até o fechamento da matéria não havia obtido respostas. O espaço segue aberto, caso o político queira apresentar sua versão.
Informações do repórter Adailson Oliveira