O Observatório de Análise Criminal do Ministério Público do Acre (MP-AC) aponta que o Estado registrou um aumento de 3,4% no número de homicídios. Os dados mostram que foram três mortes a mais quando se compara o mês de janeiro a junho de 2022, com esse mesmo período de 2023. O cenário se altera quando o assunto é relacionado às taxas de feminicídio que saiu de seis no ano passado para três neste ano. Além dessa diminuição, as mortes por intervenção policial caíram 50%, – foram de dez para cinco.
Mas os números são frios, a cada assassinato, existe uma mensagem para a população. A Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp), usa outro gráfico e diz que a violência baixou e parece vencer na guerra contra as facções.
“Os últimos acontecimentos nos preocupam e a Polícia Civil e a Polícia Militar não tem medido esforços para controlar qualquer tipo aumento nos índices criminais”. Nós continuamos com a redução comparada o mesmo período do ano passado, e continuamos abaixo da taxa média nacional por 100 mil habitantes’, explica o secretário de segurança, Américo Gaia.
Quando se trás para o cenário atual, a situação é diferente, pois os bairros da periferia de Rio Branco vivem noites de terror com tiroteios, perseguições e mortes. Além disso, os homicídios cresceram 15% na capital nos seis meses de 2023:
- Epitaciolândia – aumento de 400%;
- Senador Guiomard – 100%;
- Capixaba – 100%;
- Xapuri – 40%;
- Marechal Thaumaturgo – 40%;
- Sena Madureira – 40%.
O município de Brasiléia se encontra em direção oposta a esses dados, pois no primeiro semestre de 2022 foram 13, e esse ano quatro. Mas a explicação pode estar no fato de os homicídios ter migrado para a Epitaciolândia, cidade que fica próxima de Brasileia na fronteira com a Bolívia.
Até pouco tempo as vítimas nessa guerra entre as organizações criminosas eram membros de grupos rivais que estavam disputando determinados territórios, porém, de acordo com os últimos anos, algumas dessas vítimas não tinham proximidades com as organizações criminosas. Eles perderam a vida devido aos grupos entrar no mesmo bairro aleatoriamente para criar conflitos.
O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), disse que está assustado com tanta morte no estado nos últimos anos, e que as facções comandam os bairros, inclusive até os serviços da Prefeitura e do Estado, como também as secretarias que precisam pedir permissão aos chefes das organizações criminosas. Existem poucas ações da secretaria de segurança na prisão das lideranças. Além disso, o governador apontou um dos caminhos para tentar tirar os jovens da rota das organizações criminosas.
“Nós temos essa guerra contra as facções em que o Estado tem que criar mais oportunidades para a nossa juventude, e as pessoas possam ter condições de sustentar seus familiares. É uma luta que é constante. Eu sempre falo na questão de união, pois precisamos estar unidos contra isso”, diz Cameli.
Com informações do repórter Adailson Oliveira para TV Gazeta